29/12/2023 às 10h07min - Atualizada em 29/12/2023 às 10h07min

Plataforma reúne dados sobre leite orgânico

Além de beneficiar usuários e consumidores, ferramenta deve contribuir com a estruturação da cadeia agroalimentar do setor

André Luiz Casagrande
Foto: Reprodução
Resultado de projeto de pesquisa liderado pela Embrapa Gado de Leite (MG), a iniciativa foi desenvolvida em parceria com o Instituto Federal Sudeste Minas Gerais (IF Sudeste MG) e outras unidades da Embrapa (Pecuária Sudeste, Solos, Agrobiologia, Cerrados, Milho e Sorgo). Também contou com o apoio da Associação de Produtores de Leite (Abraleite) e do Instituto Brasil Orgânico.
 
O objetivo da plataforma é contribuir com a estruturação da cadeia agroalimentar do leite orgânico no País, ainda incipiente, mas que possui elevado potencial de expansão.
 
De acordo com Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o país conta com 152 produtores no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO), distribuídos em cerca de 100 unidades de produção. Destaque para São Paulo, como principal produtor (47%), seguido pelo Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina.
 
Nesse cenário, a plataforma surge com a proposta de contribuir para a estruturação da cadeia agroalimentar do leite orgânico, detalhar aspectos técnicos, econômicos, sociais, ambientais e territoriais dos sistemas orgânicos de produção de leite, realizar o georreferenciamento de fornecedores de insumos, indústrias processadoras e canais de comercialização de lácteos orgânicos, assim como  apresentar o perfil do consumidor e a tendência de consumo de lácteos orgânicos no País.
 
Outra meta da ferramenta é a criação de inteligência estratégica e territorial para a cadeia agroalimentar do leite orgânico, por meio de análises e estudos, visando o fornecimento de subsídios e suporte para a revisão de regulamentos técnicos e formulação e avaliação de políticas públicas. Também está prevista a geração de indicadores de bem-estar animal adaptados aos sistemas de produção orgânicos de leite, que servirão de base para a revisão de regulamentos técnicos sobre o tema.
 
Aspectos da produção
A produção e o processamento do leite orgânico são regulamentados pela Lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003, conhecida como “Lei dos Orgânicos”, com garantia da qualidade e rastreabilidade por meio de certificação comprovada pelo selo “Produto Orgânico Brasil”, do Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica (SisOrg).
 
O leite orgânico pode ser produzido por vacas, búfalas, cabras ou ovelhas, criadas em regime de vida livre e acesso à área externa por, no mínimo, seis horas no período diurno. Segundo a Embrapa, as práticas de manejo visam garantir a saúde e o bem-estar dos animais, que devem receber alimentação e água de qualidade em quantidades adequadas.
 
Em relação à alimentação dos animais, não são permitidos organismos geneticamente modificados, agrotóxicos sintéticos e fertilizantes minerais solúveis. Os alimentos devem ser produzidos com adubação orgânica do solo e práticas de agricultura regenerativa, sempre mantendo a biodiversidade e a regeneração de áreas degradadas
 
Quanto à sanidade, o manejo se baseia na prevenção, sendo proibido o uso de hormônios. O calendário de vacinas deve ser feito de acordo com a legislação sanitária.
 
Os gargalos
Na pesquisa sobre o perfil do mercado de leite orgânico no Brasil, realizada entre 2019 e 2021, os consumidores apontaram a dificuldade de encontrar os produtos, seguido do preço mais elevado como principais fatores de impedimento para o aumento do consumo de lácteos orgânicos.
 
Por sua vez, para os produtores de leite orgânico, um dos grandes gargalos é a escassez e os preços elevados de insumos para alimentação do rebanho, como o milho orgânico. Também mencionaram dificuldades na comercialização da produção. Isto por que não há grandes laticínios atuando na captação de leite orgânico e os produtores precisam processar e comercializar os seus produtos, ou buscar parcerias com laticínios menores que processam e comercializam lácteos orgânicos.
 
Mais informações estão disponíveis do Observatório do Leite Orgânico, no
link.

 
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