04/12/2023 às 09h08min - Atualizada em 04/12/2023 às 09h08min

Soja apresenta elevação dos preços em novembro e desafios para 2024

Produtores enfrentam oscilações impulsionados por altas em Chicago, enquanto perspectivas da safra futura geram preocupação.

- Da Redação, com Canal Rural
Foto: Reprodução
Durante o mês de novembro, os produtores de soja no Brasil observaram um cenário de elevação nos preços, refletindo os ganhos acumulados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). Apesar do foco no plantio, os agricultores aproveitaram os momentos favoráveis para negociar, impulsionando a comercialização, embora a queda do dólar tenha limitado os ganhos.

Os principais centros de comercialização apresentaram variações nos preços ao longo do mês. Em Passo Fundo (RS), os valores iniciaram em R$ 142 e encerraram em R$ 152; em Cascavel (PR), passaram de R$ 133 para R$ 137; Rondonópolis (MT) avançou de R$ 125 para R$ 131; enquanto no Porto de Paranaguá (PR) houve um aumento de R$ 143 para R$ 147.

Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros com vencimento em janeiro registraram um aumento de 2,46% no mês, encerrando em US$ 13,42 3/4 por bushel, impulsionados pelo clima irregular na América do Sul, atrasando o plantio e sustentando o mercado. A demanda expressiva, principalmente da China, também influenciou esse cenário.

Entretanto, a queda do dólar comercial em cerca de 2,5% durante o mês impactou a comercialização no país. O encerramento da moeda norte-americana na casa de R$ 4,915, motivado por um ambiente de menor aversão ao risco nos mercados financeiros internacionais, limitou os ganhos no mercado brasileiro.

Olhando para dezembro, as atenções se voltam para o desenvolvimento das lavouras no Brasil e na Argentina, sendo o clima motivo de preocupação. Apesar disso, projeta-se uma safra brasileira acima de 160 milhões de toneladas, representando um aumento de 2,2% em relação à temporada anterior.

Após a quebra no ano passado, a Argentina deve colher mais que o dobro, o que sinaliza um cenário de grande oferta no futuro próximo. A Safras & Mercado estima uma produção de 161,377 milhões de toneladas de soja no Brasil em 2023/24, a maior safra da história apesar do reajuste em relação à projeção anterior.

Entretanto, os desafios persistem com ajustes finos nos potenciais de produtividades médias em alguns estados das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, devido ao clima irregular. O analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque, ressalta que novos cortes podem ocorrer se as condições climáticas não melhorarem, mesmo que haja potencial para recuperação das plantas.

No Sul, o excesso de umidade atrasa os trabalhos de plantio, mas ainda não há previsão de perdas no potencial produtivo das lavouras. O futuro da safra de soja continua suscetível às condições climáticas, com o mercado atento à evolução das lavouras nos próximos meses.

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