Os países produtores de combustíveis fósseis estão enfrentando um momento delicado na COP28, a Conferência do Clima de Dubai. A crise climática exige que a indústria fóssil se comprometa a ajudar o mundo a atender às suas necessidades energéticas e metas climáticas, alertou Fatih Birol, diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (IEA).
Apesar dos lucros estratosféricos no último ano, as principais empresas de combustíveis fósseis, como Chevron, ExxonMobil, Shell e BP, reduziram seus investimentos em fontes renováveis de energia e aumentaram a produção de combustíveis fósseis. A insistência em tecnologias ainda incipientes de captura e armazenamento de carbono também foi criticada por Birol, que apontou para a necessidade de abandonar gradualmente os combustíveis fósseis.
A União Europeia defenderá esse abandono gradual dos combustíveis fósseis na COP28, um item que não faz parte da agenda de negociação oficial. O comissário europeu para o clima, Wopke Hoekstra, afirmou que a energia fóssil deve ser "relegada à História".
Enquanto isso, um novo estudo da BloombergNEF mostra como os países podem impulsionar a adoção de fontes renováveis de energia e facilitar a transição energética até o final desta década. O mundo poderá triplicar sua capacidade de geração renovável até 2030, duplicando a taxa de investimento para uma média de US$ 1,1 trilhão por ano. Isso permitiria uma capacidade renovável de 11 terawatts (TW) e colocaria a economia global no caminho para as emissões líquidas zero até 2050.
A hora da verdade chegou para os grandes produtores de petróleo. Negar a crise climática e continuar com os negócios como de costume não é social nem ambientalmente responsável. É preciso apostar em um futuro sustentável e investir em fontes renováveis de energia para garantir um futuro próspero para todos.