01/11/2023 às 09h07min - Atualizada em 01/11/2023 às 09h07min
Brasil lidera com menor custo de produção de suínos entre 17 países
Embrapa destaca a competitividade do Brasil no mercado global de suinocultura e antecipa expansão nas exportações
- Da Redação, com CarneTec
Foto: Divulgação / MAPA O Brasil se destacou em 2022 como líder no quesito custo de produção de suínos entre 17 nações, conforme dados do Grupo para Comparação dos Custos de Produção na Suinocultura (rede InterPIG). Essa informação foi divulgada pela Embrapa, que representa o país nesta rede, na última terça-feira (31).
Os dados referentes ao Brasil consideraram informações dos estados de Mato Grosso e Santa Catarina. Em Mato Grosso, o custo de produção de suínos em 2022 atingiu a marca de US$ 1,13 por quilo de suíno vivo, representando um aumento de 10% em comparação com o ano anterior. Em Santa Catarina, esse custo foi de US$ 1,28, o que significa um acréscimo de 12% em relação a 2021.
Comparando esses números com a média dos custos de produção de suínos dos países que compõem a rede InterPIG, que é de US$ 1,72 por quilo de suíno vivo, fica evidente a competitividade do Brasil no cenário global da suinocultura.
Marcelo Miele, pesquisador da área de socioeconomia da Embrapa Suínos e Aves, destacou: "O principal objetivo desta divulgação é trazer informações para os agentes da cadeia produtiva no Brasil sobre o grau de competitividade dos seus principais concorrentes."
Enquanto o Brasil lidera com custos de produção mais baixos, países como Estados Unidos (US$ 1,42 por quilo vivo), Dinamarca (US$ 1,49), Espanha (US$ 1,66), Holanda (US$ 1,74) e Alemanha (US$ 1,83) apresentam custos mais elevados. Além disso, o Brasil também registrou os menores preços recebidos pelo quilo de suíno vivo, com US$ 1,06 em Mato Grosso e US$ 1,10 em Santa Catarina.
Todos os países registraram aumentos nos custos de produção em 2022, principalmente devido aos preços elevados do milho e farelo de soja. Embora os preços recebidos pelo suíno também tenham subido, em muitos casos, o aumento foi inferior ao dos custos, resultando em prejuízos na suinocultura, com exceção dos Estados Unidos.
Para o ano de 2023, o setor de suinocultura observa uma queda nos preços da ração e estabilidade nos demais preços, ao mesmo tempo em que os valores recebidos pelo quilo de suíno vivo tendem a se recuperar na maioria dos países.
Esse cenário gera expectativas de ampliação das oportunidades para as exportações brasileiras no próximo ano. Marcelo Miele acrescentou: "Hoje, essas exportações ocupam a quarta posição no mercado internacional de carne suína, mas podem assumir a terceira colocação se os embarques do Brasil ultrapassarem os do Canadá. Caso isso se reflita nos preços recebidos pelos produtores, haverá impacto positivo nas margens de lucro."
A rede InterPIG reúne instituições de 17 países produtores de carne suína, abrangendo 14 europeus, dois norte-americanos e o Brasil. A posição de destaque do Brasil demonstra sua relevância no mercado global de suinocultura.