Os Estados Unidos estão enviando soldados ao Afeganistão para ajudar a evacuar parte dos funcionários da embaixada do país em Cabul. A informação foi confirmada à agência Associated Press por uma autoridade do governo de Joe Biden.
O envio dos soldados ocorre em meio à rápida ofensiva do Talibã sobre o território afegão. Desde a retirada de tropas estrangeiras do país, forças do grupo extremista tomaram o controle de menos dez capitais provinciais. Agora, estão perto de conquistar Kandahar, segunda cidade mais importante do Afeganistão.
O Pentágono manteve cerca de 650 soldados no país para garantir a segurança dos diplomatas americanos. A fonte ouvida pela Associated Press não deu detalhes sobre quantos militares serão enviados para ajudar a evacuar parte dos funcionários da embaixada.
A medida indica que a Casa Branca não confia na capacidade do governo afegão de garantir a segurança na capital após o avanço do Talibã sobre várias cidades nos últimos dias.
Nesta quinta-feira, a embaixada dos EUA recomendou que os cidadãos americanos deixem imediatamente o Afeganistão. As autoridades pedem que eles usem os voos comerciais disponíveis ou que procurem o órgão, caso não possam arcar com os custos da viagem.
O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha fez a mesma solicitação em seu site oficial. O órgão recomendou que os cidadãos alemães no Afeganistão “aproveitem as oportunidades para deixar o país em voos regulares o mais rápido possível”.
A mais recente conquista do Talibã foi a cidade de Ghazni, que fica a apenas 150 quilômetros de Cabul. Fontes da inteligência americana disseram ontem ao jornal “The Washington Post” que a capital pode ser tomada dentro de 90 dias. Inicialmente, a previsão era que os insurgentes chegassem à capital em um período de 6 a 12 meses depois da saída das tropas estrangeiras.
A rede Al Jazeera também informou que o Talibã já conseguiu entrar em Kandahar. Nas redes sociais, os insurgentes chegaram a afirmar que a região já está tomada, mas a emissora do Catar diz que “combates intensos” com as forças afegãs ainda estão ocorrendo.
No início desta semana, o presidente americano, Joe Biden, afirmou que os afegãos deveriam se unir e lutar contra o Talibã. A rapidez da ofensiva, no entanto, está surpreendendo analistas e a própria Casa Branca.