19/10/2023 às 09h11min - Atualizada em 19/10/2023 às 09h11min
Conflito no Oriente Médio não deve atrapalhar exportações de carne bovina em MT, diz Acrimat
Israel é o 11º maior comprador de carne bovina de Mato Grosso, segundo levantamento do Imea e da Acrimat
- Da Redação, com Canal Rural
Foto: Divulgação MAPA O conflito em curso no Oriente Médio entre Israel e o Hamas tem levantado preocupações sobre seu potencial impacto em diversos setores, incluindo o agronegócio brasileiro. No entanto, segundo a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), as exportações de carne bovina, que representam uma fatia significativa da economia local, não devem ser afetadas em um primeiro momento.
Israel é atualmente o 11º maior comprador de carne bovina do estado de Mato Grosso, o que levanta questões sobre as consequências do conflito. De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), de janeiro a setembro de 2023, Mato Grosso enviou impressionantes 5,93 mil toneladas de carne em equivalente carcaça para o mercado israelense.
A Acrimat enfatiza que, até o momento, a atual situação da guerra não causou prejuízos significativos para os pecuaristas do estado, já que as médias diárias de exportação se mantêm em patamares normais. No entanto, um elemento-chave a se considerar é a possibilidade de que o conflito se intensifique e se estenda para países vizinhos.
O presidente da Acrimat, Oswaldo Ribeiro Jr., destaca a importância dos países vizinhos na equação: "O Egito, vizinho Oeste de Israel, é um dos cinco maiores compradores de carne bovina brasileira e o segundo maior importador da carne de Mato Grosso. A Arábia Saudita também está sempre entre os dez maiores compradores da carne brasileira. Se houver um agravamento da guerra, com extensão a países vizinhos, teremos impactos muito importantes na pecuária."
Outra preocupação levantada pela entidade é a possibilidade de bloqueios de tráfego em rotas comerciais, com destaque para o Canal de Suez, uma importante via para o transporte de produtos, incluindo carne bovina, na região. Embora o impacto inicial não seja direto, os efeitos do conflito, como o aumento dos preços do petróleo, podem afetar o custo de produção de insumos essenciais, como fertilizantes, diesel e frete.
Em meio a essas incertezas, Oswaldo Ribeiro Jr. expressa o desejo por uma rápida resolução do conflito: "Esperamos que esse conflito se resolva o mais rapidamente possível, para que vidas sejam poupadas, transportes de alimentos e produtos médico/hospitalares não sejam afetados e a paz reine no Oriente Médio." Ainda que o cenário permaneça incerto, as autoridades e a indústria de carne bovina seguem atentas, monitorando de perto os desenvolvimentos no Oriente Médio.