O volume de venda de combustíveis da Ipiranga está retornando aos níveis pré-pandemia e a rede recuperou participação de mercado no segundo trimestre. Mas as margens, que estão em recuperação, ainda seguirão relativamente pressionadas, de acordo com o diretor financeiro e de relações com investidores da Ultrapar, Rodrigo Pizzinatto.
Na comparação anual, o volume de combustíveis no segundo trimestre cresceu na comparação anual, puxado pelo ciclo Otto e por diesel. Frete mais caro, despesas com a Iconic e despesas com contingências pressionaram a rentabilidade e a margem operacional recuou de R$ 74 por metro cúbico no primeiro trimestre para R$ 37 por metro cúbico.
Já o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Ultragaz, distribuidora de GLP do grupo Ultra, deve mostrar “evolução importante” no terceiro trimestre, na comparação com o segundo trimestre, mas ficará abaixo do desempenho visto um ano antes.
“A perspectiva é de volume sazonalmente mais forte e custos de GLP mais estáveis”, afirmou o executivo, em teleconferência com analistas.
De abril a junho, o Ebitda da Ultragaz alcançou R$ 137 milhões, com queda de 34% na comparação anual, pressionado por aumentos de preço do GLP e maiores despesas com pessoal e frete.
Na Ultracargo, o Ebitda trimestral de R$ 100 milhões foi recorde e, para o trimestre em curso, a expectativa é de a continuidade do desempenho operacional, com patamar de resultado similar ao visto no segundo trimestre.
Conforme Pizzinatto, o resultado operacional da Oxiteno também foi recorde no trimestre, com R$ 274 milhões, explicado pelo maior volume de vendas e melhores margens. Para o terceiro trimestre, a expectativa é de continuidade do cenário positivo, com crescimento em volume “mais normalizado” e Ebitda no mesmo nível do visto no segundo trimestre, mantido o câmbio atual.
Na Extrafarma, acrescentou, a baixa contábil de R$ 395 milhões decorreu da diferença do valor de venda da rede e do valor de livro e a expectativa para o terceiro trimestre é de resultados similares aos vistos no segundo trimestre.
O presidente da Ultrapar, Frederico Curado, disse que o grupo pretende concluir as negociações para venda da Oxiteno à Indorama, que já estão na etapa de conversas exclusivas, “proximamente”.
“Tivemos um bom progresso no segundo trimestre, em particular na agenda estratégica, na gestão de caixa e redução de endividamento”, afirmou o executivo.
Além da venda da Extrafarma, que aguarda a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o presidente do grupo destacou a venda da fatia de 50% da ConectCar para a Porto Seguro, que agora aguarda aval do Banco Central.
Curado destacou ainda que os resultados (Ebitda) de Ultracargo e Oxiteno no segundo trimestre foram recorde e, mais uma vez, há antecipação das obras de expansão de terminais, em Vila do Conde (PA) e Itaqui (MA), com efeito positivo as receitas ainda em 2021.
Questionado sobre as negociações com a Petrobras para compra da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), Curado disse que o prazo final para as tratativas é outubro. “As negociações estão em curso”, afirmou, sem fornecer mais detalhes.
Ainda sobre o processo de gestão de ativos do grupo, Curado reiterou que a ambição é avançar para outros segmentos de óleo e gás, olhando o mercado também sob a ótica da transição energética, entre os quais gás natural, GNL e distribuidoras estaduais.