O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), descartou qualquer possibilidade de os senadores discutirem a volta do voto impresso, como ocorreu na Câmara dos Deputados. Essa ideia foi ventilada por parlamentares governistas nesta quarta-feira, após a derrota da proposta de emenda à Constituição (PEC) no plenário da Câmara, por conta da existência de uma proposta semelhante que está parada no Senado desde 2015.
“Referente ao voto impresso, a Câmara se pronunciou a respeito disso ontem. O projeto foi rejeitado, ou seja, não foi aprovado. Recebi questionamentos porque há uma PEC parecida no Senado, mas considero que esse pronunciamento da Câmara torna definitiva e resolvida essa questão, não cabendo ao Senado a tramitação de um texto sobre o assunto. Basicamente, já há essa decisão da Câmara, então considero esse assunto resolvido”, disse.
Na terça-feira à noite, os deputados derrubaram a PEC do Voto Impresso, que determinava a impressão do voto registrado na urna eletrônica para posterior checagem do resultado. O projeto precisava do apoio de 308 dos 513 deputados, mas só teve 229 votos e foi arquivado. O presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP-AL), demonstrou alívio após a votação. “Espero que o tema [voto impresso] esteja definitivamente enterrado na Câmara”, disse. Os votos contrários à proposta somaram 218.
O voto impresso é uma bandeira do presidente Jair Bolsonaro, que passou anos acusando fraude nas eleições até que admitiu, ao ser pressionado pelo Judiciário, que não tinha provas. Apesar disso, ele ameaçou por diversas vezes de que as eleições de 2022 não ocorreriam se o projeto não fosse aprovado, o que gerou reprimendas dos chefes dos outros Poderes.