As bolsas europeias fecharam em alta nesta quarta-feira (11) a despeito da inflação mais alta do que o esperado na Alemanha.
O índice pan-europeu Stoxx Europe 600 fechou em alta de 0,42%, a 474,32 pontos, novo recorde de fechamento. O DAX, referência da Bolsa de Frankfurt, também subiu 0,35%, atingindo 15.826,09 pontos e um novo recorde.
Na Bolsa de Londres, o FTSE 100 subiu 0,83% e, em Paris, o CAC 40 anotou ganhos de 0,55%. Em Milão, o FTSE MIB ganhou 0,98%.
A Alemanha reportou mais cedo que o índice preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 3,8% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, superando com folga a expectativa dos economistas consultados pelo "The Wall Street Journal", de alta de 3,1% no período.
Na Itália, o CPI subiu 1,9% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com dados divulgados mais cedo pelo instituto de estatísticas italiano, o Istat. Na comparação com o mês anterior, os preços subiram 0,5%.
Os investidores também estiveram atentos ao outro lado do Atlântico, onde o CPI dos EUA. O núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, na silga em inglês) - que retira do cálculo os preços dos elementos mais voláteis de alimentos e energia, e é a medida acompanhada mais de perto pelo Federal Reserve (Fed) - subiu 0,3% em julho ante junho, desacelerando em relação à alta de 0,9% em junho contra maio, ficando abaixo da expectativa, de 0,4%.
Na base anual, o núcleo do CPI anotou alta de 4,3%, desacelerando em relação à subida de 4,5% registrada até junho. A expectativa dos economistas consultados pelo “The Wall Street Journal” era de que ficasse em 4,4% na base anual.
O índice cheio, por sua vez, subiu 0,5% em julho, na comparação com junho, e avançou 5,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. O resultado veio praticamente em linha com as expectativas de consenso, de alta mensal de 0,5% e de 5,3% nos últimos doze meses até julho.
A leitura mais fraca do que o esperado do núcleo dos preços tira um pouco da pressão para que o Fed antecipe a retirada de estímulos monetários para evitar um superaquecimento da economia.
O BC americano reconheceu que a inflação não está "moderadamente acima" da sua meta, tendo mais do que dobrado o objetivo de 2% nos últimos meses, mas defende que as pressões inflacionárias se devem em grande parte a fatores transitórios ligados à reabertura econômica. O dado de hoje parece reforçar o argumento, tirando um pouco da pressão sobre o Fed.
No noticiário corporativo, novos balanços de lucros positivos ajudaram as ações europeias. Os papeis do banco ABN Amro subiram 8,6% na sessão, após a divulgação de lucros de 393 milhões de euros no segundo trimestre, acima das expectativas dos investidores. O banco holandês também anunciou que retomará o pagamento de dividendos.
No topo do Stoxx 600, a empresa aeroespacial e de defesa britânica Meggitt subiu 16,1% após anunciar que havia recebido uma oferta de aquisição da rival TransDigm, dos Estados Unidos. A proposta avaliou a Meggitt em US$ 12,47 por ação, excedendo uma proposta atualmente em vigor com a Parker-Hannifin.