25/08/2023 às 10h11min - Atualizada em 25/08/2023 às 10h11min
Impulsionada pela demanda chinesa, embarques de soja atingem recorde nos sete primeiros meses do ano
Aumento de 15% nas importações chinesas do grão impulsionam bom desempenho das vendas internacionais
- Da Redação, com Canal Rural
(Foto:divulgação) Mesmo com o ritmo de comercialização da safra de soja abaixo da média dos últimos cinco anos, a exportação da oleaginosa nos sete primeiros meses de 2023 alcançou recorde, com aproximadamente 72,46 milhões de toneladas embarcadas.
O bom desempenho nas vendas ao mercado internacional é resultado da maior produção de soja já registrada no Brasil. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foram colhidas 154,6 milhões de toneladas na safra 2022/23.
Além disso, a alta no volume exportado foi influenciada pela maior demanda chinesa pelo grão. Segundo o Departamento Alfandegário da China (GACC), as importações do país asiático entre janeiro e julho de 2023 atingiram a marca de 62,30 milhões de toneladas, um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, afirma o analista de mercado da Companhia, Leonardo Amazonas.
Os agricultores brasileiros já venderam cerca de 80,93% do volume importado até o momento, o que representa 50,42 milhões de toneladas de soja, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Somente em julho, as exportações de soja atingiram 9,70 milhões de toneladas. Os prêmios nos portos foram positivos, facilitando o escoamento do grão.
Além disso, os preços internacionais da oleaginosa apresentaram valorização, o que influenciou no aumento das cotações do mercado doméstico. Apesar de uma elevação de 6% em comparação ao mês anterior, as cotações continuam 27% menores do que os registrados em julho de 2022.
Amazonas explica que esse aumento nas cotações mensais no mercado externo ocorre devido aos problemas climáticos nos Estados Unidos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), reduziu a produtividade e a produção para a safra 2023/24, estimando 114,45 milhões de toneladas, o menor nível desde a temporada 2020/21.
No entanto, a estimativa de produção mundial para a temporada 2023/24 ainda é recorde, o que deve segurar maiores altas nos preços. No próximo mês, a expectativa é que os baixos estoques nos Estados Unidos dêem suporte aos preços internacionais, ressalta Amazonas.