16/06/2023 às 14h02min - Atualizada em 16/06/2023 às 14h02min

Gestão sanitária é fundamental para a produtividade do rebanho

Controlar parasitas internos minimiza os prejuízos econômicos na pecuária

( foto: arquivo pessoal)
A pecuária de corte e de leite movimentou R$ 1,189 trilhão em 2022, de acordo com estatísticas oficiais, porém, mesmo com bons números, que evidenciam a importância da atividade para o agronegócio e a economia brasileira, o pecuarista ainda tem desafios que podem afetar o resultado do negócio, como o controle dos parasitas bovinos.
 
Para enfrentar esse desafio, a sanidade dos rebanhos precisa ser planejada e gerenciada de forma estratégica. Vale lembrar que o gado acometido por algum tipo de parasita, além de ter sua performance comprometida, apresenta queda na produtividade e baixo desempenho reprodutivo, o que significa prejuízo para a atividade.
 
Para ilustrar a dimensão do problema, o médico médico-veterinário e gerente de Marketing da Bimeda Brasil, Rodrigo Costa, cita dados sobre as perdas causadas por parasitas. “Estima-se que as perdas resultantes da ação desses organismos alcancem 14 bilhões de dólares por ano. Essa situação ocorre, principalmente, em países tropicais, como o Brasil, que é bastante afetado por verminoses e por parasitas externos”, comenta.
 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, o rebanho bovino brasileiro totalizou 224,6 milhões de cabeças de gado, um crescimento de 3,1% comparado a 2021.
“O nosso rebanho bovino ainda é muito afetado por verminoses, uma vez que países de clima tropical e subtropical, como o Brasil, Austrália, Nova Zelândia e países do continente africano, favorecem a ocorrência de parasitas internos e externos”, pontua.
Ações conjuntas
Na visão de Costa, a eficiência da produção de gado requer ações conjuntas que influenciem positivamente a sanidade, a nutrição e a reprodução, permitindo que os animais expressem o seu potencial genético. Esse alinhamento é necessário porque os bovinos parasitados apresentam retardo no crescimento, queda na produção de carne e leite e baixo desempenho reprodutivo.
Segundo ele, é muito comum preocupar-se, em especial, com os parasitas que são vistos com mais facilidade, como carrapatos, berne e mosca-dos-chifres, porém, esquece-se de dar atenção àquilo que não se pode ver e, por isso, não é feito controle estratégico adequado, causando um grande prejuízo financeiro ao produtor.
“Para melhorar o cenário da parasitose no Brasil, é preciso tratar com mais cuidado o programa e a gestão sanitária da propriedade, sobretudo em relação aos parasitas internos, que representam metade de todo o prejuízo causado por esse tipo de organismo nos bovinos”, alerta.
O veterinário afirma que a ocorrência de parasitas varia de acordo com a região e temperatura, ecossistema, manejo e idade dos animais. Nesse aspecto, ele lembra que cada organismo possui uma forma diferente de infectar os bovinos.
“No caso dos carrapatos e dos parasitas internos, o animal é infectado quando tem acesso a pastagens contaminadas. Ou seja, as infecções por parasitas afetam principalmente os bovinos criados a pasto, que estão mais expostos às larvas”, observa.
O controle
Infelizmente, de acordo com Costa, não é possível erradicar a manifestação parasitária por completo, principalmente em razão da capacidade de multiplicação e adaptação dos organismos ao meio ambiente.
“O controle se dá pela utilização de anti-helmínticos e da aplicação de produtos que possuem em sua composição a molécula eprinomectina, produto modificado da fermentação do Streptomyces avermectilis, uma molécula de base farmacológica semissintética e moderna”, orienta.
Ele acrescenta que a eprinomectina apresenta as mesmas atividades antiparasitárias endectocidas das demais avermectinas. “Contudo, foi desenvolvida para ser uma molécula com maior impacto antiparasitário comparada às demais moléculas tradicionais de seu grupo, particularmente para o controle de nematódeos,” conclui o veterinário.
 
 

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