Entramos no mês de dezembro e sigo minhas apostas em recorde de preço da arroba do boi gordo até o próximo dia 10. Claro, posteriormente, devemos ter uma manutenção de preços no teto. A certeza de uma alta mais forte vem de uma insegurança enorme da indústria frigorífica em torno da garantia de escalas de abates.
Por falar em escalas, nesta última semana ouvi muitos comentários sobre algumas indústrias terem conseguido reposicionar entre cinco e sete dias de atividade garantida. Fui conferir de perto e, de fato, verdade. Plantas industriais em São Paulo conseguindo boiadas para trabalhar por uma semana, até um pouco mais. Contudo, você também ouviu falar nas propostas que saíram do intervalo de R$ 315 por arroba até R$ 330,0/@? Aquelas que mensuraram acima de R$ 330 até R$ 340? Pois é...foi ali mesmo. Boiadas selecionadas com perfil acima da média e, claro, preços também.
A questão aqui é a indústria estar disposta a pagar mais para ter animais de qualidade para atender nichos de mercado, mas também para atender a demanda interna já bem aquecida com tendência de elevação.
Em alguns casos, estados, tivemos até uma queda no chamado fôlego de alta. Meio da última semana, quando as escalas atingiram o número citado dois parágrafos antes. Situação normal. Por outro lado, quando o teto começou a ficar mais baixo, tivemos também uma saída do pecuarista da ponta vendedora.
Em resumo, se eu fosse apontar algo para o momento seria: negócios contidos (por parte do pecuarista) mas com alguma liquidez quando a indústria começa a cobrir com melhores ofertas. A queda de braço ficou mais igualada com a pastagem subindo, dando melhor oportunidade para o produtor rural esperar as melhores janelas de negociação.
Sobre a ótica do cenário internacional, evidentemente, temos números bem mais baixos para embarques de carne bovina, com a ausência chinesa. O valor da tonelada exportada fechou a US$ 4920 em novembro. Uma queda, seguramente, mas ainda assim, um valor melhor do que no passado, no mesmo período sazonal. Também, há de se considerar as questões ligadas ao câmbio, a moeda brasileira desvalorizada tem mantido boas margens (em Reais) para a indústria exportadora.
Também, fora da praça paulista, os preços seguem em elevação. As referências em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Tocantins e Bahia têm se mostrada cada vez mais altas. Em alguns dias as propostas tiveram variações de R$ 1 a R$ 3 acima com bons impactos e os pecuaristas disponibilizando um número maior de animais, mas nada que mude muito a história de pouca oferta.
A semana, a partir de seis de dezembro deve ser marcada por alguns rallys e propostas ainda melhores para a aquisição de animais. Os próximos 15 dias são de forte relevância para a disposição da cadeia produtiva e produção de carne. Então, bons negócios.