15/02/2022 às 10h29min - Atualizada em 15/02/2022 às 10h29min

China eleva valor pago por tonelada de carne bovina brasileira para US$ 6.250

Há algo que precisa ficar explícito: é muito clara a forma das operações chinesas na aquisição de carne bovina do Brasil, desde a demora na retomada das negociações, ao passar boa parte do tempo em uma tentativa de buscar outros fornecedores, outras proteínas, de utilizar mais de sua própria produção de carne suína, da busca de alguma barganha para conseguir preços mais baixos para carne bovina brasileira. A verdade é uma só: o começo do mês de fevereiro é marcado por uma elevação robusta no preço da tonelada exportada para China.

É bom para a indústria exportadora? Sim, é ótimo. Em um ambiente no qual os mercados consumidores, interno e externo, têm caminhos, razões e comportamentos tão distintos, é evidente o bom resultado dos embarques, com preços médios por tonelada cada vez maiores. O resultado é um faturamento maior.

É bom para o pecuarista? Excelente.  A venda para a China tira a virtual pressão na arroba do gado pronto que existiria caso a dependência dos outros mercados importadores e, principalmente, o doméstico brasileiro, fosse a única saída. Como ocorreu ao final do último ano, mas com suavização, providencial, das festas de Natal e Réveillon. A indústria pode pagar pelo “Boi China”, tem muita margem para isso, o que remunera o pecuarista e equilibra as coisas.

Para mim, é fato – apesar de alguns amigos, analistas, estudiosos, afirmarem que, no caso das carnes, os tais estoques chineses não seriam expressivos. Creio que são sim - ou melhor, foram. Eles tinham carne em estoque, passaram meses sem fazer aquisições do seu principal fornecedor, passaram a semana de Ano Novo “local” só com a carne que já tinham. Enfim, quando voltaram, fizeram com forte apetite e tendo que pagar mais pela tonelada da carne bovina (havia falado que isso ocorreria aqui em edições anteriores da coluna).

Fevereiro de 2022 está sendo expressivo embarque de carne bovina brasileira, um total de 73.466 toneladas em nove dias úteis ou 72% do exportado no mesmo período do último ano. Entretanto, a receita chama muito mais atenção, com um faturamento pela indústria frigorífica exportadora de US$ 404,279 milhões, expressivos 87,7% de todo o faturamento do segundo mês de 2021.

Mas e a China?

A China está pagando muito mais caro. A média por tonelada, até agora, alcançou US$ 6.250,00, valor bem superior aos US$ 4.072,00 da média paga pelos demais países importadores. Nada mal. Um valor expressivo para os parâmetros brasileiros, dos últimos anos, mas necessários. Diria até que, valor barato pago pela China. Quando eles compram de outros países como Austrália ou Uruguai a tonelada chega aos US$ 7.100.

Só para informações, fugindo rapidamente do tema central. A China também havia suspendido a Austrália, criou várias questões sanitárias relacionadas ao Covid em 2020, mas retomaram as compras do país da Oceania no ano passado. Contudo, Austrália e qualquer outro fornecedor não possuem capacidade de fornecimento em escala.

Por fim, temos uma estabilidade instalada no Brasil. A última semana foi marcada por pouca ou nenhuma alteração no valor da arroba do gado pronto negociado no Brasil, com pequenos ganhos na última quinta-feira, dia 10 de fevereiro.

Para está semana devemos contar com estabilidade para as escalas de abates pelo país e também para os preços pagos pela matéria-prima.


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