06/09/2022 às 11h10min - Atualizada em 06/09/2022 às 11h10min

Boi gordo em linha de estabilidade

Posso até dizer que estamos, em várias óticas, em uma estabilidade estranha. Há um certo posicionamento de espera muito presente para quem produz, muito por conta da falta de novidades sólidas para o mercado. Temos um marasmo, tudo meio parado mesmo. Porém, essencialmente, estamos próximos do pico da entressafra.

E a pergunta que fica é: “Mas como será isso?”

Muito do marasmo citado na abertura do texto, está diretamente ligado aos preços ofertados pela arroba do boi gordo. Não existe muita novidade, o cenário segue como estava antes, não há variações, poucas oscilações para cima ou para baixo e o Boi China vem naquele ritmo de mais de uma semana, não encontra força ou argumentação para uma alta, mas está em posição de resistência.

Mas sem novidades mesmo?

Veja só… a estabilidade de preços citada tem encontrado eco também em outros segmentos da cadeia produtiva da carne bovina. O mercado atacadista, por exemplo, tem se mostrado estável nos preços e ,principalmente, começou está última segunda-feira sem excedentes puxados do período anterior. O que mostra uma evolução clara no escoamento de carne bovina para o mercado varejista.

Não houve evolução ou, melhor dizer e escrever, involução dos preços para o consumidor final no Brasil. A questão é muito séria, por não ter ocorrido ainda nenhuma redução mais significativa dos preços da carne bovina para o consumidor doméstico. Por outro lado, se considerarmos a sentença do parágrafo anterior, relacionado ao mercado atacadista, de ter estabilizado preços e não apresentar excedentes, temos uma demanda ativa por carne bovina no Brasil. Pode não ser a demanda que poderia ser com uma população com o poder de compra mais agressivo, mas é um indicador interessante para o momento.

Não há nenhuma dúvida e sei que alguns podem discordar da afirmação a seguir, mas o que traz os bons números na pecuária brasileira são as exportações. São os embarques que têm dado o tom ou a toada da cadeia produtiva. E os números são, de fato, animadores.

Os patamares são cada vez mais expressivos…

Em agosto deste ano, os 23 dias úteis de embarque renderam, aos frigoríficos exportadores, US$1,246 bilhão, foram 15% superior ao faturado em agosto de 2021. O volume embarcado também foi impactante, com 203,23 mil toneladas de carne bovina deixando os portos brasileiros, uma elevação de 7% frente aos dados conquistados no mesmo mês do último ano. O valor médio da tonelada ficou em US$6.132, cerca de US$450 a mais por tonelada.

Eu ainda estou calculando e posso afirmar que, entre janeiro e agosto de 2022, a indústria frigorífica exportadora faturou quase R$40 bilhões, uns 38% acima do mesmo período do último ano. Dados importantes sobre as exportações brasileiras.

Para encerrar, com escalas também estáveis e o feriado de 7 de Setembro no meio da semana, não devemos ter grandes alterações, apenas uma pressão de propostas a menos que não acredito que virão. Enfim, atenção aos movimentos de mercado, pois o ajuste deve fazer efeito e trazer um equilíbrio para a cadeia produtiva, sobretudo, a arroba do boi gordo.


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