04/10/2022 às 10h50min - Atualizada em 04/10/2022 às 10h50min

Arroba do boi gordo deve subir ainda na primeira quinzena

As expectativas lançadas no último artigo acabaram por se confirmar, fator que significa ter havido tentativas de pressão sobre o preço da arroba do boi gordo na última semana. O aspecto positivo é o pecuarista ter resistido ofertas mais baixas nos últimos dias de setembro e a indústria também se recolheu dos negócios. Outra questão que vamos tratar são os embarques de carne bovina fresca, refrigerada e congelada que finalizaram o mês de setembro com 203 mil toneladas embarcadas, um recorde para o período.

 

Um elemento importante a ser posicionado fica por conta da escala de abate da indústria frigorífica brasileira. Veja, se considerarmos a média nacional, nas principais praças produtoras, vamos encontrar uma média de sete dias de abate garantido. Como as empresas seguem fazendo aquisições em modo mais lento e o pecuarista vai ganhando com as chuvas cada vez mais melhor situação para dar mantença aos animais, devemos ter reações no valor da arroba ainda na primeira quinzena de outubro. Observe que há três semanas as escalas médias ultrapassavam a marca de 12 dias.

 

Haverá recuperação de preços, mas não uma disparada. A observação é importante, afinal como descrito no artigo publicado há uma semana o cenário está em uma exportação regular, com bons números e já com boa parte contratada. Os chineses que estão em semana de feriado, ainda devem ter uma elevação nas compras de carne bovina.

 

Contudo, o último trimestre deve ser marcado por uma melhora no poder de compra do brasileiro, de maneira geral. O fator será fundamental para uma mudança nos patamares das escalas da indústria frigorífica (as escalas vão cair) enquanto as ofertas para a aquisição de bovinos para abate vão subir. A arroba vai subir.

 

Dito isso, com 203,2 mil toneladas nos 23 dias úteis de setembro de 2022 superou o recorde para o mês, até então registrado no ano passado, com 186,9 mil toneladas. A média diária exportada foi de 9,6 mil toneladas, com preço médio de US$ 6.001,1 mil por tonelada, alta de 3,7%. A receita total da indústria frigorífica exportadora foi de US$ 1.218 bilhão, cerca de US$ 150 milhões acima de setembro do ano passado. Convertido para Reais, estimo um faturamento geral de cerca de R$ 6,35 bilhões, portanto 11% maior que no mesmo período do último ano.

 

A semana deve ser de alguma melhora para os valores da arroba do boi gordo ou, pelo menos, estabilidade. Observe também um “assédio” maior pela aquisição de vacas para o abate, um movimento que já está em curso. O pecuarista deve se manter firme, outubro tem, historicamente, peso diferente e tende a ser favorável para o produtor rural brasileiro.

 


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