03/01/2022 às 10h37min - Atualizada em 03/01/2022 às 11h02min

Aquecimento global: é hora de mudar de verdade

Em 2022 os países que participaram da Conferência do Clima, em Glasgow, na Escócia, em novembro do ano passado, devem avançar na implementação dos compromissos assumidos para reduzir o aquecimento global e mitigar os seus efeitos.

Reduzir o aquecimento é a ação mais urgente do homem. O objetivo é evitar que o planeta fique 1,5º mais quente até o século 21. Para isso, países terão que tomar decisões políticas que podem impactar negativamente as suas economias.

As mais urgentes são a eliminação dos combustíveis fósseis como matriz energética, tais como o carvão mineral, vegetal, petróleo e substituí-los por fontes de energia limpa e renovável. Outra grande fonte de gases do efeito estufa são as queimadas.

A mudança ou diversificação da matriz energética vai exigir investimentos em escala que apenas um número limitado de países suporta.


Sem uma postura decisiva, vamos assistir aos poucos a mudança de todos os ciclos climáticos que permaneceram perenes por milhares de anos. Onde tínhamos chuvas e culturas agrícolas abundantes, poderemos ter a desertificação.

Se as calotas polares derreterem por completo, os níveis do mar podem se elevar em até 20 metros, eliminando parte importante das maiores cidades do Planeta. A Conferência de Glasgow se deu num ambiente limite.

Os gases emitidos pelos combustíveis fósseis e pela queima de florestas aprisionam o calor que produzimos e o do Sol e impedem que ele se disperse e saia da nossa atmosfera, criando uma espécie de estufa. Os mais abundantes e perigosos são o dióxido de carbono e o metano.

Os compromissos assumidos em Glasgow basicamente reforçam aqueles assumidos na Cúpula anterior, em Paris. A novidade é o anúncio feito por alguns países em antecipar suas metas para redução desses gases. O Brasil anunciou eliminar corte e queima de floresta até 2030.

Nesse caso os países desenvolvidos têm uma contribuição maior a dar. São suas economias as que mais utilizam combustíveis fósseis em suas cadeias produtivas. Países como o Brasil se comprometeram em eliminar a derrubada de suas florestas, as queimadas e a degradação do meio ambiente com extração irregular de minérios.

Os dois países que mais ficaram devendo foram justamente os maiores poluidores do mundo. Esperava-se que os Estados Unidos anunciassem o fim da extração do petróleo do Xisto, um dos maiores poluentes entre os combustíveis fósseis.

No entanto, como maiores exportadores do produto, se recusaram a discutir essa questão. E seu maior adversário geopolítico nos dias atuais, a China, também se reusa a parar de usar o Xisto.

O detalhe é que os Estados Unidos são o maior produtor e exportador mundial de Xisto e a China a maior consumidora e importadora.

O que se espera a partir de agora é que os países saiam do discurso e coloquem em prática os compromissos assumidos. Também é necessário colocar a questão climática no centro do debate político.

Enquanto cidadãos não exigirem, e partidos assumirem em seus programas o compromisso de eliminar os gases do efeito estufa, o assunto pode ir sendo levado em banho Maria.

Talvez não seja assim tão simples: afinal, as atividades climáticas estão mudando numa velocidade tão surpreendente, que vai ficar cada vez mais difícil para a nossa elite dirigente, fazer de conta que não está acontecendo nada.

Portanto, é hora de ir ficar atento e exigir que os compromissos assumidos sejam alcançados.


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