Em solos corrigidos, com fertilidade e acidez corrigidos é possível trabalhar as pastagens com adubação nitrogenada. A adubação nitrogenada permite a multiplicação da produção de forragem com o aumento expressivo da lotação por área. Existem várias fontes com preços e eficiência variada e para se obter sucesso é primordial o bom manejo da pastagem. Sempre preferir plantas que respondem melhor a adubação.
A correção do solo com calcário, adubos fosfatados, formulados com potássio e enxofre e micronutrientes são fundamentais para a boa produtividade das pastagens e quando não há limitação química, o uso da adubação nitrogenada pode aumentar em muito a produção de forragem (Figura 1). A resposta a adição de nitrogênio ao sistema normalmente resulta em um acúmulo linear de massa e consequentemente mais animais por área.
FIGURA 1. Produção de massa seca total (PMST) do capim mombaça submetido a doses de nitrogênio no primeiro e segundo ano de experimentação (Mello et al, 2008).
As fontes de nitrogênio são os adubos orgânicos (estercos e compostos), os organominerais e os químicos. A opção pela adubação orgânica, quando viável economicamente, sempre traz boas resposta, porém dada a sua baixa concentração de nutrientes, as doses são elevadas e se a disponibilidade regional não for elevada pode não ser viável.
Existem várias fontes químicas que podem ser usadas. A ureia é a fonte mais utilizada e de maior concentração de nitrogênio (45%), porém as perdas por volatilização são maiores. Existem no mercado produtos, “ureia protegida”, que sofrem tratamento para diminuir essas perdas. O sulfato de amônio também é muito usado, tem menor problema de volatilização, contém enxofre (24%), porém como a concentração é menor (21% de nitrogênio) pode ficar mais caro sua aplicação. Outra fonte comum é o nitrato de amônio que possui 33% de nitrogênio, tem menores perdas por volatilização, mas as perdas por lixiviação são maiores caso ocorre muitas chuvas após o seu uso.
As pastagens adubadas com nitrogênio têm um acúmulo de massa rápido e em quantidade e, portanto, o produtor que não estiver atento ao manejo da forrageira pode ter perdas consideráveis de forragem e em alguns casos ter que fazer uso de roçadoras, ou seja, gastar para eliminar forragem que custou para ser produzida e não foi utilizada pelo gado. Costumo dizer que manejo de pastagens funciona sem adubação, mas adubação não funciona sem manejo.
Todas as forrageiras respondem bem à adubação nitrogenada, mas algumas espécies como os panicuns (Ex.: Mombaça) e cynodons (Ex.: tifton) tem uma melhor relação entre a produção de forragem por kg de nitrogênio utilizado e por isso devem ser preferidas.
Pastagens corrigidas que são adubadas com nitrogênio suportam maiores taxas de lotação e têm maior produtividade.