05/08/2021 às 15h00min - Atualizada em 05/08/2021 às 15h00min

Petrobras dispara com balanço e sustenta Ibovespa, mas Vale e siderúrgicas pesam

A bolsa brasileira é negociada em alta desde a abertura do pregão, sustentada pelos ganhos firmes nas ações da Petrobras, que sobem ao redor de 10%, reagindo ao balanço trimestral melhor que o esperado. Porém, as perdas aceleradas da Vale e das siderúrgicas encurtam o fôlego de alta da renda variável local, que também digere a sinalização ontem do Comitê de Política Monetária (Copom) de uma taxa de juros no campo restritivo.

Perto de 13h45, o Ibovespa subia 0,44%, aos 122.346 pontos, depois de ir até os 123.541 pontos, na máxima do dia. O índice à vista ainda não foi negociado em baixa. O volume financeiro somava R$ 17,4 bilhões, projetando giro de nada menos que R$ 48,5 bilhões até o fim do dia. Desse total, as ações ON e PN da Petrobras movimentavam cerca de 30% do giro.

Vale ON caía 2,86% e respondia por 10% do giro negociado. O papel figura entre os destaque de maiores baixas do Ibovespa, refletindo o recuo nos preços do minério de ferro na China e o surgimento de casos de transmissão interna da variante delta do coronavírus no país, o que levou ao endurecimento de medidas de controle em várias cidades.

O desempenho da mineradora contaminava os papéis de Bradespar PN (-3,68%) e das siderúrgicas, que também apareciam entre os destaques negativos: CSN ON caía 3,90%, Gerdau Metalúrgica PN recuava 2,66 e Gerdau PN perdia 2,31%. Mais atrás, Usiminas PNA recuava 1,45%.

Na outra ponta, Petrobras saltava 9,31% e 8,33% nas ações ON e PN, liderando o ranking de maiores altas, em reação ao lucro líquido de R$ 42,85 bilhões entre abril e junho deste ano, superando as previsões. Para o diretor financeiro (CIO) da TAG Investimentos, Dan Kawa, os fatores micro se sobrepõem às questões macroeconômicas no pregão de hoje. “A surpresa da Petrobras foi bastante positiva e o impacto do Copom na bolsa tende a ser pequeno”, diz.

O sócio-analista da Valor Investimentos, Davi Lelis, explica que apesar da maior agressividade do Banco Central no controle da inflação, levando a taxa de juros acima do patamar neutro, o impacto desse cenário na renda variável vai depender de outros fatores. “Não se pode basear em um único indicador, como o da alta dos juros”, pondera.

Para Lelis, a preocupação com a variante delta do coronavírus, apesar do avanço da vacinação, e os ruídos políticos precisam ser endereçados. “É isso que impacta nas empresas e no lucro projetado”, explica o analista da Valor.

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