Os spreads petroquímicos (diferença entre o preço da matéria-prima e das resinas) devem ter atingido o pico no segundo trimestre e, embora a perspectiva seja de redução no segundo semestre, as margens ainda permanecerão em patamar “fortíssimo”, afirmou o vice-presidente de finanças, suprimentos e relações institucionais da Braskem, Pedro Freitas. “Vemos uma redução no segundo semestre, mas em patamar muito acima da média”, comentou.
Considerando-se uma base 100, explicou o executivo, os spreads chegaram a 190 no segundo trimestre, de 150 nos três primeiros meses do ano. A expectativa é de que esses 150 do início do ano sejam retomados no segundo semestre, ficando acima da média histórica de 130 a 140.
Em relação ao mercado doméstico de resinas, Freitas, em teleconferência com jornalistas para comentar o balanço, comentou que o crescimento médio no acumulado do ano é de 6% frente a 2020 e houve normalização da demanda. Especificamente em julho, alguns mercados mostrando melhora, entre os quais o agrícola e o automobilístico.
Para o segundo semestre, a previsão da Braskem é de recuperação de participação no mercado brasileiro, que foi afetada no segundo semestre pela parada programada de cerca de dois meses na central petroquímica do ABC.
“Os resultados do segundo trimestre mostram capacidade da Braskem de entregar resultados. A companhia está produzindo o máximo possível”, acrescentou.
Em relação ao programa de realocação e compensação financeira em Maceió (AL), o vice-presidente financeiro da Braskem disse que 96% dos imóveis existentes na área considerada de risco, ou quase 14 mil, já foram desocupados. A petroquímica já apresentou mais de 8 mil propostas de compensação financeira e a taxa de aceitação está em 99,7%.
Depois de alcançar resultado recorde no primeiro trimestre, a Braskem renovou essa marca no segundo trimestre, com receita líquida de R$ 26,4 bilhões, resultado operacional recorrente de R$ 9,4 bilhões e lucro líquido de R$ 7,4 bilhões, disse Freitas.
“A Braskem também seguiu reduzindo a alavancagem, levando a uma situação financeira muito confortável”, acrescentou o executivo.
Diante disso, afirmou Freitas, a Braskem poderá voltar a pagar dividendos em breve. “É natural pensar em dividendo no momento em que se está com alavancagem baixa e resultado forte. Está dentro das possibilidades que a gente está analisando”, afirmou, acrescentando que o tema deve voltar a ser discutido no segundo semestre.
De acordo com Freitas, a Braskem tem uma política de dividendos “muito bem estruturada” e será observada nesse processo.