São Paulo, 21 - O governo da Argentina elevou no sábado, 19, de 31% para 33% o imposto de exportação sobre farelo e óleo de soja. Com isso, os derivados passam a recolher o mesmo porcentual que a soja em grão enviada para o exterior. O aumento da tarifa de exportação é popularmente conhecido como "retenciones" e tem validade até o dia 31 de dezembro de 2022. A Argentina é o maior exportador de óleo e farelo de soja do mundo. A mudança na alíquota visa a assegurar mais oferta interna e diminuir a pressão sobre a inflação do país, após um acordo de refinanciamento da dívida da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ela ocorre em função do acelerado aumento dos preços dos alimentos. Em entrevista coletiva, o ministro da Agricultura da Argentina, Julián Domínguez, afirmou que a alta do imposto afeta 11 empresas exportadoras de subprodutos de soja, das quais oito representam 95% do total exportado. Segundo informações publicadas pela Dow Jones Newswires, o aumento da tarifa já era aguardado por agricultores argentinos após a suspensão temporária dos registros de exportação dos dois derivados de soja no país, na última segunda-feira, 14. O governador de Córdoba, Juan Schiaretti, havia dito que se oporia à medida porque ela prejudicaria a produção agrícola e a capacidade da Argentina de acessar dólares do setor. No último sábado, o governo argentino formalizou também a criação de um fundo fiduciário estabilizador de trigo para conter a escalada dos preços do produto no país. Os anúncios foram oficializados pelo presidente argentino, Alberto Fernández, em edição do Boletim Oficial da República Argentina, correspondente ao Diário Oficial.