04/08/2021 às 16h00min - Atualizada em 04/08/2021 às 16h00min

Dólar acompanha exterior e sobe com Fed no radar

No dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central pode acelerar o ritmo de elevação da Selic, o dólar exibe alta firme nesta quarta-feira, em um movimento bastante atrelado ao exterior, após indicações mais “hawkish” do Federal Reserve (Fed). Além da alta global do dólar, fatores internos continuam no radar dos agentes financeiros, especialmente no momento em que as discussões sobre o rumo das contas públicas se mantêm acaloradas. Às 14h10, a moeda americana subia 0,57%, para R$ 5,2215, após mínima a R$ 5,1650 e máxima em R$ 5,2460.

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Ao participar de evento durante a manhã, o vice-presidente do Fed, Richard Clarida, movimentou os ativos globais ao emitir declarações que foram lidas como mais duras pelos participantes do mercado. O dirigente apontou que o Fed pode ver um progresso substancial da economia até o fim deste ano e ressaltou que o núcleo de inflação acima de 3% é mais do que uma medida moderadamente acima da meta do banco central. Além disso, ele apontou para a possibilidade de o Fed elevar os juros no começo de 2023, a depender da evolução da economia.

Logo após as declarações de Clarida serem divulgadas, o dólar ganhou força tanto contra moedas emergentes quanto em relação a moedas principais. Não por acaso, o índice DXY deixou para trás as perdas do início do dia e passou a subir. No horário acima, o indicador registrava alta de 0,20%, negociado a 92,27 pontos, enquanto o dólar avançava 0,49% ante o peso mexicano; subia 0,32% em relação ao rublo russo; tinha alta de 0,63% na comparação com o rand sul-africano; e saltava 0,85% contra a lira turca.

É preciso apontar, adicionalmente, que na manhã desta quarta-feira o índice de atividade do setor de serviços nos Estados Unidos, medido pelo ISM, superou o consenso do mercado e foi ao pico do atual ciclo econômico, ao alcançar 64,1 pontos. Na avaliação da economista-chefe do Jefferies, Aneta Markowska, as condições de contratação ganharam força, o que deu fôlego ao indicador. “Embora não haja uma boa correlação com o payroll, a direção é encorajadora e sugere uma melhora importante na oferta de trabalho, que vinha travando as contratações anteriormente”, diz.

Com a economia americana dando sinais mais fortes e o Fed atento a isso, o dólar ganhou força ao redor do globo. Por aqui, o movimento também tem características internas, tendo em vista que o aumento do Bolsa Família continua no radar dos agentes. Hoje, o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre a possibilidade de o benefício médio ir para R$ 400. Além disso, ele apontou para outros assuntos, como o vale-gás.

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