Chicago, 24 - Trabalhadores sindicalizados de duas fábricas da CNH Industrial ratificaram um novo acordo com a montadora de equipamentos agrícolas e de construção, encerrando uma greve iniciada no dia 2 de maio do ano passado Cerca de 1.100 membros do sindicato United Auto Workers das fábricas de Racine, Wisconsin, e Burlington, Iowa, nos Estados Unidos, retornarão ao trabalho no dia 30 de janeiro, disse a companhia. A greve teve início após os trabalhadores terem rejeitado uma oferta que, segundo os líderes sindicais, oferecia aumentos salariais insuficientes e maiores despesas com funcionários para cobertura de seguro saúde. Segundo a empresa, o novo contrato proporciona aumentos salariais de 25% a 38% ao longo do contrato de quatro anos. A oferta anterior feita no início do mês - e rejeitada pelo sindicato - havia sido descrita pela CNH como sua "última, melhor e oferta final" e incluía aumentos salariais de 25% a 38% em quatro anos. O sindicato disse em um comunicado que o novo acordo prevê aumentos salariais, aumentos de salário por turno de trabalho e atualizações de classificação de trabalho, descrevendo o contrato ratificado como uma melhoria em relação à proposta feita anteriormente. O secretário do Trabalho dos EUA, Martin Walsh, conduziu uma sessão de mediação com negociadores da empresa e do sindicato antes da última votação da oferta. O CEO da CNH, Scott Wine, agradeceu a Walsh por ajudar a empresa a "navegar pelas complexidades do processo de negociação e encerrar a greve". Os empregados da companhia haviam afirmado, durante a greve, que trabalhadores de produção não sindicalizados da CNH estavam recebendo mais do que os trabalhadores sindicalizados. A pressão por maiores aumentos salariais ganhou força depois que os membros do sindicato UAW receberam um novo contrato da Deere no outono de 2021, depois de empregados da concorrente terem entrado em greve pela primeira vez em 35 anos. Após uma paralisação que durou mais de um mês, os trabalhadores da Deere concordaram com um contrato de seis anos com aumentos salariais de 20% e bônus fixos, incluindo um bônus de US$ 8.500 para cada funcionário sindicalizado imediatamente após a ratificação do contrato. A CNH, assim como outros fabricantes de equipamentos, tem lutado para obter semicondutores e outros componentes-chave em falta nos últimos 18 meses. Alguns revendedores disseram que a greve aumentou ainda mais o tempo de espera para novas máquinas e componentes. A empresa contratou centenas de trabalhadores substitutos durante o verão para operar as fábricas, com quem deve encerrar o contrato quando os funcionários regulares retornarem. A fábrica de Burlington produz equipamentos de construção da marca Case, incluindo retroescavadeiras e componentes. Já a fábrica de Racine monta tratores agrícolas de alta potência e produz eixos e componentes de transmissão para equipamentos agrícolas da CNH.