03/08/2021 às 14h00min - Atualizada em 03/08/2021 às 14h00min

Risco fiscal aumenta e impõe alta firme ao dólar

Os riscos fiscais voltaram a guiar os negócios no mercado local nesta terça-feira, no momento em que as discussões em torno do aumento do Bolsa Família e o pagamento dos precatórios estão no centro das atenções. O alívio observado no pregão de segunda-feira durou pouco, e o dólar se ajusta em alta firme desde o início da sessão. Perto de 13h45, a moeda americana era negociada a R$ 5,2361, alta de 1,37% no mercado à vista.

Embora se mantenha em alta firme, o dólar se afastou das máximas do dia, quando chegou a R$ 5,2750. A possibilidade de o benefício médio do Bolsa Família aumentar para R$ 400 deixou os mercados surpresos, especialmente no momento em que o governo sinaliza que pode driblar o teto de gastos em relação ao pagamento dos precatórios.

“O valor exagerado de precatórios pegou o governo e o mercado de surpresa e a interpretação que o escalonamento do pagamento se assemelha a uma ‘pedalada fiscal’. Além disso, rumores de que o valor do Bolsa Família seja de R$ 400 também geram pânico no mercado”, aponta o diretor da WIA Investimentos, José Faria Júnior. Ele nota, inclusive, que esse temor fez com que as chances de uma elevação de 1,25 ponto percentual na Selic na reunião de amanhã do Copom, que agora estão em 13% no mercado de opções digitais.

No início da tarde, o presidente Jair Bolsonaro, em entrevista à TV Asa Branca, de Pernambuco, confirmou que o governo estuda formas de garantir um aumento de até 100% no Bolsa Família. Hoje, o valor médio do benefício é de R$ 192. O aumento mínimo, de acordo com o presidente, seria de 50%. “Com isso daí, além de atendermos a população, a gente prepara o Brasil para voltar à normalidade”, afirmou.

Em relatório enviado a clientes, os estrategistas do Citi apontam que “é muito cedo para descartar categoricamente a possibilidade de o governo encontrar uma forma de aumentar o tamanho do programa para além de R$ 300 por mês”. Para os profissionais do banco americano, “os custos adicionais de um programa maior seriam mal recebidos pelos mercados e levariam a uma reprecificação negativa tanto nos juros futuros quanto no câmbio”, o que justifica o comportamento dos ativos brasileiros nesta terça-feira.

Link
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://canalpecuarista.com.br/.