A CPI da Covid retornou nesta terça-feira do recesso com o depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula. Fundador de uma organização denominada Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), ele participou das tratativas para a venda de vacinas ao Ministério da Saúde por meio da empresa americana Davati.
Segundo o que já apurou a CPI, o reverendo tinha contatos no ministério e articulou a apresentação de uma proposta de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca ao governo.
Um dos negociadores, o policial militar Paulo Dominguetti acusou o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, de ter solicitado propina de US$ 1 por dose da vacina. Após o caso vir a público, Dias foi exonerado. Ele nega as acusações.
Apesar do depoimento de hoje, o caso Davati não deve mais receber muita atenção da CPI. O grupo majoritário da comissão entende que o caso não tem potencial para revelar a ocorrência de corrupção.
A nova fase da CPI deve intensificar a busca por provas materiais de eventuais crimes que tenham sido cometidos no combate à pandemia. O contrato da vacina indiana Covaxin continuará sendo investigado, assim como a suposta participação de milícias na administração de hospitais federais no Rio de Janeiro.