São Paulo, 21 - O volume de fretes rodoviários para transporte de açúcar subiu 58,2% entre janeiro e outubro de 2022, na comparação com igual período de 2021. Os dados são da Fretebras, maior plataforma online de transporte de cargas da América Latina, que associa o movimento à aposta na digitalização dos fretes por transportadores do insumo. Segundo a Fretebras, em nota, a contratação de caminhoneiros autônomos por meio de plataformas digitais tem ajudado transportadoras a reduzirem os custos com deslocamento do produto em 20% a 30%, quando comparado com o transporte feito com frota própria. "O uso de plataformas ajuda as empresas a realizar um número maior de fretes, com mais rentabilidade e eficiência", diz a Fretebras. Um dos motivos para o aumento dos custos de transporte, segundo a plataforma, é o preço do diesel que, em outubro, ficou 30% acima do valor praticado no mesmo mês do ano passado. "Com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) limitando a produção dos barris de petróleo e o preço do diesel ainda defasado no Brasil, a expectativa é que haja novos aumentos em breve", estima o diretor de Operações da Fretebras, Bruno Hacad. O levantamento destaca que, até outubro deste ano, São Paulo foi o Estado com maior representatividade nos fretes do açúcar, com 47% do fluxo. Apesar do porcentual transportado, a expectativa é de que a região encerre 2022 com volume 5,1% menor do que o registrado na safra 2021/2022. "Problemas climáticos por conta da La Niña, aliados à concorrência com o cultivo do milho e da soja, que tiveram valores mais altos no mercado externo, tiveram impacto negativo na produção de cana-de-açúcar", diz a Fretebras. O Estado é seguido por Goiás (17%), Paraná (11%) e Minas Gerais (10%) em porcentual transportado. Na comparação do período com o mesmo do ano passado, o maior crescimento no volume de fretes ocorreu em Goiás (+ 182%) e no Paraná (+ 47%). Em Goiás, acrescenta a Fretebras, as condições climáticas foram mais favoráveis, apontando para um aumento da safra, apesar da queda na área de produção. Quase um terço da produção no local será direcionada para o açúcar, enquanto a maioria vai para o etanol.