São Paulo, 11 - O Brasil exportou em outubro 3,471 milhões de sacas de 60 kg de café, 3,2% menos que em igual mês de 2021. A receita, porém, cresceu, na base de 30,5%, com o valor saltando de US$ 653,4 milhões para US$ 852,5 milhões, divulgou na quinta-feira, 10, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em nota. O valor exportado representa "o maior nível desde 2011", diz a entidade. Já no acumulado dos quatro primeiros meses da safra 2022/23, de julho a outubro, a exportação em volume caiu 2,2%, para 12,288 milhões de sacas, enquanto o faturamento subiu 44,1%, para US$ 2,948 bilhões, um "recorde histórico para o intervalo", assinala o Cecafé. Segundo o presidente da entidade, Günter Häusler, persistem as dificuldades de embarque da commodity nos portos globais, com "menor disponibilidade de contêineres, navios congestionados em portos do Hemisfério Norte, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, dificuldades para obtenção de bookings, rolagens de cargas e custos muito altos, o que atrapalha o trabalho dos exportadores". O dirigente ressalta, ainda, que "há maior demanda da indústria nacional por cafés canéforas, limitando o embarque dessa variedade". Em relação ao forte crescimento de receita com as exportações de café, Häusler explica que a taxa cambial tem favorecido. Além disso, "os atuais níveis das cotações do café no mercado que, apesar de quedas recentes, seguem elevados". Segundo o Cecafé, o preço médio das exportações brasileiras no acumulado de 2022 é de US$ 235,49 por saca, aumento de 62,7% na comparação com os US$ 144,73 por saca entre janeiro e o fim de outubro de 2021. O café arábica segue na liderança das exportações, com 86,1% do total entre janeiro e outubro, ou 27,803 milhões de sacas. O solúvel registrou o embarque de 3,118 milhões de sacas, ou 9,7%. A variedade canéfora (robusta + conilon) vem em terceiro, com 1,333 milhão de sacas (4,1% de participação nas exportações totais) e o produto torrado e moído, com 39.554 sacas (0,1%). Os principais destinos do café brasileiro no acumulado do ano foram Estados Unidos, com aquisição de 6,598 milhões de sacas (20,4% do total) e volume 1,4% maior ante igual intervalo de 2021. Em seguida, vem a Alemanha, com 5,744 milhões de sacas (+4,5%); Itália, com 2,760 milhões (+15,5%); Bélgica, com 2,480 milhões de sacas (+9%) e Japão, com 1,533 milhão de sacas (-26,1%).