04/11/2022 às 11h48min - Atualizada em 04/11/2022 às 11h48min

Gestão nutricional: pilar da pecuária moderna

Considerado um dos países mais importantes quando o assunto é agronegócio, o Brasil também é um dos maiores produtores de carne bovina do mundo, atingindo, recentemente, um patamar histórico na quantidade de cabeças de gado e no volume de vendas de suplementos minerais.

Segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o total de bovino brasileiro alcançou a marca de 224,6 milhões, números que fazem com que a quantidade de bois seja maior do que a de pessoas no território nacional. O crescimento foi de 3,1% em 2021, recorde de cabeças desde 1974, e o maior rebanho comercial do mundo.

O zootecnista da Reino Rural Franchising, Leandro Costa, informa que, além do crescimento do rebanho, o país também registrou alta na venda de suplementos. “De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram), o Brasil vendeu 2,55 milhões de toneladas de suplementos minerais no ano passado, um crescimento de 6,6% comparado ao ano de 2020”, cita o especialista.

“O total de animais suplementados também cresceu, quebrando o recorde dos últimos cinco anos, sendo de 68,3 milhões de animais, aumento de 5,6%”, completa.

Diferencial                                                                                       

O especialista destaca a importância de uma dieta equilibrada para o desenvolvimento do rebanho e lembra que ao suplementar o animal, é ofertada a totalidade da demanda nutricional para a manutenção do crescimento e engorda.

“Assim permitimos o ápice de expressão do seu potencial genético. Muitas vezes o consumo do suplemento resulta em diminuição da ingestão de forragem, devido ao efeito de substituição”, avalia e destaca que a suplementação tem como objetivo suprir a exigência nutricional dos animais, onde a pastagem não é capaz de fazer.

Costa afirma que a ingestão insuficiente de nutrientes está correlacionada com os baixos desempenhos reprodutivos, baixo ganho de peso, etc. “O nível de ingestão de nutrientes afeta diretamente a composição da carcaça e garante um melhor aproveitamento da eficiência produtiva dos animais”, esclarece o zootecnista.

Ele acrescenta que um animal mal nutrido fica mais suscetível a qualquer tipo de enfermidade, além de impactar em outras questões, como a diminuição do crescimento, distúrbio no processo reprodutivo, perda das reservas corporais, que também significa redução da produtividade dos animais.

O especialista explica ainda que o manejo nutricional inadequado de um animal pode fazer com que ele desenvolva afecções tais como: problemas nutricionais por ingestão deficitária ou excessiva de nutrientes, intoxicações, traumatismo em geral e doenças infectocontagiosas, entre outros problemas de saúde.

Indicações

De acordo com Costa, a suplementação em bovinos já deve ser fornecida dentro da barriga da mãe, pois quando uma vaca está prenha ela precisa estar bem nutrida e mineralizada.

“Nessa fase, ela começa a passar alimento ao feto, ou seja, necessita de vários elementos para se desenvolver corretamente, como cálcio, fósforo e outros. Após nascer, os minerais devem ficar à vontade no cocho sempre que o animal tiver vontade de lamber”, comenta.

Ele acrescenta que na alimentação de bovinos não podem faltar minerais, vitaminas e aminoácidos, nutrientes fundamentais para o desenvolvimento do animal, como: sódio, cálcio, fósforo, cloro, potássio, magnésio, enxofre e vitaminas A e D, além dos aminoácidos essenciais.

O zootecnista da Reino Rural ainda alerta que quando o produtor rural for inserir suplementação na alimentação de um bovino, ele deve procurar a orientação de um profissional da área. “A suplementação mineral é essencial para bovinos, sua falta pode causar vários danos, mas também seu excesso ou o desequilíbrio entre os elementos fornecidos pode causar tantos danos quanto a sua falta.”

Na opinião do zootecnista, para que haja esse equilíbrio, a pecuária tem nas inovações tecnológicas um grande e fundamental aliado. “A tecnologia na presente na etapa de nutrição animal pode, da mesma forma, aumentar a produtividade e impulsionar o crescimento da cadeia”, argumenta Costa.

“Isso acontece na redução da idade e abate, na idade reprodução, no melhor aproveitamento de insumos, maior produtividade, e em outros fatores que resultam no máximo potencial genético”, arremata.

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