03/11/2022 às 16h00min - Atualizada em 03/11/2022 às 16h00min

Ataques se intensificam na Ucrânia em momento de impasse sobre liberação de grãos

A usina nuclear de Zaporizhzhia, localizada no sul da Ucrânia e considerada a maior da Europa, ficou totalmente sem energia nesta quarta-feira, 2, depois que bombardeios russos danificaram as duas únicas linhas de alta tensão que conectam a usina à rede elétrica. Os novos ataques russos acontecem em um momento de impasse sobre o acordo para a liberação de grãos produzidos pela Ucrânia para exportação, e da negativa da ONU em investigar o armazenamento de armas biológicas por Kiev. A Energoatom, operadora estatal de usinas nucleares na Ucrânia, informou em sua conta no Telegram a desconexão elétrica da usina, localizada em território ucraniano, mas atualmente sob controle militar russo. "Ontem, 2 de novembro de 2022, as duas linhas de alta tensão restantes que conectam a central nuclear de Zaporizhzhia à rede elétrica da Ucrânia foram danificadas como resultado do bombardeio russo. A usina perdeu energia às 23h04 (horário local)", explicou. "Há diesel suficiente para manter os geradores de reserva por 15 dias se a energia na usina permanecer completamente cortada. Mas a contagem regressiva começa até a perda total de energia de Zaporizhzhia", especifica a nota. <b>Acordo sobre grãos em risco</b> Os ataques à infraestrutura civil se intensificam em um momento em que Moscou tenta pressionar Kiev e seus aliados Ocidentais em outras frentes, que não o confronto militar. No sábado passado, os russos haviam se retirado do acordo para permitir a exportação de grãos e produtos agrícolas da Ucrânia, costurado neste ano para impedir o desabastecimento alimentar do mercado internacional, após ataques à sua frota no Mar Negro. De acordo com informações do Ministério da Defesa da Turquia, seis navios carregados com cereais zarparam nesta quinta-feira, 3, de portos ucranianos, após Moscou confirmar um retorno ao acordo, ao menos temporariamente. Embora tenha aceitado manter o corredor marítimo - que, até aqui, permitiu exportar 9,7 milhões de toneladas de cereais e produtos agrícolas - liberado, a Rússia afirmou que não oferece nenhuma garantia de ampliar o prazo do acordo, que se encerra em 19 de novembro. (Com agências internacionais).

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