O estudo de plantas forrageiras avançou muito no Brasil. Embrapa e universidades têm estudado profundamente as forrageiras tropicais, sua fisiologia e morfologia e conhecendo a estrutura das plantas. A interceptação luminosa é um dos fatores que mais influenciam na estrutura da planta influenciando diretamente sua composição, quantidade de material morto, hastes e folhas na planta, influenciando o consumo, hábitos de pastejo e desempenho animal em pastagens.
O estudo de plantas forrageiras tem mostrado que a planta se adapta ao manejo empregado, ao pastejo e o acúmulo de massa e sua composição é diretamente relacionada a interceptação luminosa realizada pela planta. Imediatamente após o pastejo, a planta tem uma rebrota vigorosa e com predominância de folhas novas. Com o passar dos dias, há um aumento do perfilhamento e elongação foliar.
A planta acumula massa e aumenta a interceptação luminosa até um ponto que a planta para conseguir luz aumenta hastes e sua participação na composição da forragem. As folhas velhas senescem com o surgimento de novas folhas e há acúmulo de material senescido com o passar dos dias.
Conforme a planta acumula massa e aumenta a interceptação luminosa, ocorre a partir de uma interceptação ótima, em torno de 95% de interceptação luminosa, após a qual há elevado aumento de haste e material morto na massa de forragem, ou seja, a planta aumenta disponibilidade de forragem, mas de baixa qualidade e há uma diminuição acentuada da eficiência de pastejo a partir desse ponto.
Se o produtor coloca os animais na área muito cedo, antes do ponto ideal de interceptação luminosa, perde produtividade porque colocou os animais antes da hora e aquela pastagem poderia oferecer mais alimento de qualidade e maiores taxas de lotação.
Se os animais são colocados depois desse ponto, boa parte da forragem não é consumida pelos animais, principalmente haste e talos comprometendo o desempenho animal e a taxa de lotação.
Felizmente, a interceptação luminosa que é medida por aparelhos caros, possui alta correlação com altura e a pesquisa já determinou para as principais forrageiras as alturas ideais de máxima interceptação luminosa e respeito às alturas mínimas de preservação de cada planta. (Tabela 1).
Tabela 1 – Altura de entrada e saída das principais forrageiras (Fonte: Embrapa, Comunica Técnico 135).
Quando o produtor respeita as alturas preconizadas e somente coloca o gado na pastagem quando atinge a altura máxima de pastejo (95% de interceptação luminosa) e retira o gado quando atinge a altura mínima, que favorecerá boa rebrota e longevidade da planta, têm-se um aumento da eficiência de pastejo, maiores taxas de lotação e desempenho animal.
O manejo por altura, por interceptação luminosa, permite usar a planta forrageira com máxima eficiência de pastejo, maior produtividade e desempenho animal.