A eficiência e o aumento de produtividade, com consequente melhor rentabilidade, aliada à proteção do meio ambiente e responsabilidade social, são os pilares da pecuária sustentável. O uso de taninos, um produto natural, que melhora a eficiência da produção, aumentando o ganho de carcaça e diminuindo a emissão de metano é uma estratégia a ser utilizada na pecuária sustentável.
Os taninos são compostos fenólicos presentes em plantas, classificados quanto à estrutura química em compostos hidrolisáveis e condensados. Sua ação nas plantas está voltada aos processos de defesa contra fungos, patógenos, herbívoros e fatores climáticos indesejáveis (períodos de seca, baixa luminosidade), logo quanto maiores os desafios, mais aumentam as concentrações de taninos na planta.
Os taninos foram conhecidos por muito tempo apenas por seu caráter anti nutricional, ou seja, por fatores que comprometem a digestibilidade do alimento e consequentemente o desempenho animal. Entretanto, os efeitos citados estão associados à ingestão de grande concentração desses compostos, pois eles possuem sabor adstringente, que reduz a palatabilidade, além de formarem complexos com alimentos, que prejudicam a digestibilidade ruminal.
Quando são adicionados à dieta de ruminantes devido a sua capacidade de formar complexos com proteínas tornando-as não degradáveis no ambiente ruminal e dessa forma, aumentando o aporte proteico no intestino delgado onde ocorrerá a maior absorção no duodeno. A vantagem desse mecanismo é aumentar o aproveitamento da proteína da dieta pelos animais, o que influenciará na produtividade e sistema imunológico, entre outros.
Os taninos condensados, são um composto que, ao ser avaliado in vivo e in vitro, demonstraram ser responsáveis por reduzir a emissão de metano, um importante gás causador do efeito estufa, além de apresentar atividades imunomoduladoras, antiparasitárias e possíveis reflexos positivos na produção e composição do leite. Os taninos condensados podem ser uma alternativa, já que se demonstrou que estes possuem ação bactericida e bacteriostática sobre os microrganismos metanogênicos e consequentemente aumentam a eficiência ruminal. Em uma compilação dos dados de trabalhos publicados, em bovinos de corte, onde, em média, o uso de taninos apresentou ganhos 8,45% superiores, conversão alimentar 4,5% melhor, e 9,41 kg a mais de carcaça que o controle.
O uso de taninos, em dosagens controladas, pode melhorar a eficiência ruminal, o aproveitamento da proteína e melhorar o desempenho animal, além de reduzir a emissão de metano.