A quebra já observada nas lavouras de milho dos Estados Unidos por causa de adversidades climáticas pode representar, mais à frente, uma alta dos preços internacionais do grão, disse ontem (20) a consultora da StoneX Ana Luiza Lodi. Ela participou de live promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com o tema "Perspectivas Climáticas e de Mercado para a 1ª Safra do Ciclo 2022/23". "No caso do milho, a gente já vê, nos Estados Unidos, uma situação um pouco mais complicada", disse Lodi, lembrando que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou, em seu relatório de setembro, uma produção menor do que a esperada inicialmente para a safra 2022/23. Além disso, segundo a consultora, mesmo sendo grandes produtores, os Estados Unidos também são grandes consumidores do grão, utilizado para produção de ração e de etanol. "Assim, pode ocorrer uma exportação mais fraca de milho, que terá de ser suprida por outros países exportadores, como o Brasil." Tal situação, segundo ela, "pode sustentar os preços" do cereal. "Mas isso vai depender também da recessão nos EUA (que pode afetar o consumo interno do grão) e da confirmação sobre qual será, de fato, o tamanho da safra de milho norte-americana, além do quanto eles vão conseguir exportar." De todo modo, Lodi afirmou que o balanço global do milho (produção global, estoques e consumo) está "apertado", o que é "indicativo para a sustentação dos preços".