27/07/2022 às 08h43min - Atualizada em 27/07/2022 às 11h50min

Boi China se valoriza e bois destinados ao mercado interno estabilizam

O mercado do boi no Brasil vive duas realidades. Enquanto os preços para o gado que vai ser abatido e distribuído no mercado doméstico se estabilizam, os preços do boi de exportação, também chamado boi-China, se valorizam. Os bois mais novos, com até 30 meses, que seguem para os países asiáticos, foram comercializados a R$320 até esta terça-feira (26).

Segundo registros da Scot Consultoria, o boi que vai ser embarcado para o mercado chinês na praça paulista, valorizou R$5 apenas nesta terça, enquanto os animais destinados ao mercado interno mantiveram os preços estáveis. Sem mudanças, a arroba do boi foi comercializada a R$320, as vacas gordas a R$280 e a arroba da novilha, R$300. Preços brutos e a prazo.

Analistas da IHS Markit registram que o mercado físico do boi gordo manteve seus preços estagnados por conta da baixa oferta. O IHS afirma que, “como as escalas de abate se encontram avançadas até o término da primeira semana de agosto, as indústrias optam por se abster das compras de gado, ao mesmo tempo que pecuaristas aguardam melhores condições de preços em balcão para retornar às negociações".

A consultoria também registra que a grande maioria dos animais negociados são provenientes de confinamento e que não há mais bois terminados em pasto à venda no mercado. “Em grande parte, são operações realizadas em parceria entre frigoríficos e invernistas, bem como confinamentos e boiteis de grande escala”, informa a Consultoria.

Os custos de produção elevados atrasaram a disponibilização dos animais de primeiro giro de confinamento, que só entraram no mercado em julho. Houve registro de atraso na entrega dos lotes. Outro dado importante registrado pela Consultoria é que há diferenças na atividade de confinamento nas diferentes praças do país. Com isso, o cronograma de entrega foi modificado. As operações dos animais de Rondônia, por exemplo, envolvem alimentação de semi-confinamento.

“A maior oferta desses animais (de Rondônia) deve ocorrer a partir da segunda quinzena de agosto”, prevê a IHS, que também alerta para as chuvas. Naquele estado, elas deram suporte para as pastagens e possibilitaram intercalar a engorda.

Outras praças da região Norte têm estiagem avançada, mas há limitação na oferta de animais terminados. “As indústrias operam com os últimos lotes remanescentes de animais provindos de pasto”, afirma a IHS.

A IHS faz uma observação: o mercado ainda vive sob pressão de baixa promovida pela indústria. Por outro lado, registra que o primeiro giro de gado de confinamento não vai dar folga e as escolas de abate vão continuar alongadas. Ou seja: em breve o mercado vai sentir os efeitos da entressafra e os preços tendem a subir no segundo semestre.

 

Da Redação

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://canalpecuarista.com.br/.