A crise econômica pela qual atravessa a Argentina deve ser motivo de preocupação para o Brasil e todas as empresas que fazem negócios com o país vizinho. Segundo Leonardo Trevisan, professor de economia e relações internacionais na ESPM, a Argentina afunda ainda mais na crise após troca no ministério da economia. Para ele, o quadro não é diferente na relação comercial da Argentina com o Brasil.
A nova ministra da economia, Silvina Batakis, afirmou que o governo tentará retomar o "equilíbrio fiscal" do país. Trevisan disse, em nota, que “A curto prazo, pouco vai mudar. Principalmente, porque já mudou ao longo dos últimos três anos. O Brasil perdeu para a China o posto de maior exportador para a economia argentina em 2021, quando Pequim dominou 21,4% das importações argentinas. O Brasil diminuiu 20%, é a primeira vez na história”. Trevisan completou, dizendo que “Todo o processo de integração de cadeias produtivas com o país vizinho está cada vez mais ameaçado. Reduzir o alto déficit fiscal do país e acalmar os mercados financeiros, em meio à crise financeira e política que o país atravessa, é a meta do governo argentino”.
A troca da ministra da economia tem um objetivo. Mostrar que o governo cumprirá seus compromissos internos e externos. Mas a tarefa não é pequena. “A nova ministra da Economia, Silvina Batakis, garantiu que seguirá o mesmo caminho do anterior, vai preservar a meta de respeitosos 2,5% de déficit público. Não vai aumentar o imposto de exportação, para ‘arranjar’ dólares, e não vai desvalorizar o câmbio. Ninguém acreditou. No fim de semana dos dias 9 e 10 de julho, todos os preços na Argentina tinham subido 20%. A ministra jurou que vai manter todos os compromissos com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas é possível perceber que o mercado, interno e externo, já precificou uma catástrofe”, finalizou.
Da Redação
