O dólar e os juros futuros iniciaram a quinta-feira em baixa, refletindo o bom humor dos mercados internacionais sustentado pelo tom suave do Federal Reserve (Fed, banco central americano) em sua decisão de política monetária anunciada um dia antes. Os investidores também aguardam pela primeira leitura do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos do segundo trimestre e pelos números de índice de gastos com consumo pessoal (PCE) do mesmo período.
Perto de 9h30, o dólar comercial recuava 0,42%, para R$ 5,0872. No mesmo horário, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 passava de 6,24% no ajuste anterior para 6,23%; a do DI para janeiro de 2023 recuava de 7,68% para 7,645%; a do contrato para janeiro de 2025 caía de 8,45% para 8,41% e a do DI para janeiro de 2027 tinha baixa de 8,76% para 8,73%.
Os mercados globais amanheceram sinalizando apetite dos investidores por ativos de risco, ecoando o tom inclinado à manutenção dos estímulos monetários do Fed, que persiste com a avaliação de que são necessários mais avanços no mercado de trabalho para que se inicie o processo de redução de compra de ativos.
Com este pano de fundo, o dólar se enfraquece de maneira generalizada, tanto ante rivais fortes como diante de moedas emergentes. Ao mesmo tempo, agentes financeiros se desfazem de ativos de segurança, o que faz os rendimentos do título do Tesouro dos EUA (Treasury) de dez anos avançarem, ensaiando aproximação com o patamar de 1,3%.
No Brasil, vale destacar a publicação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de junho pelo Ministério da Economia, às 10h30. A perspectiva é de criação de 260 mil vagas com carteira assinada no período, segundo mediana de 15 projeções de economistas captadas pelo Valor Data. A depender da leitura, o otimismo do mercado com a recuperação da economia brasileira e a situação do mercado de trabalho pode ser reforçado, contribuindo potencialmente para reduzir o patamar do dólar e seguir pressionando os juros de curto prazo.
Um catalisador específico para o mercado de juros é o resultado do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M). O indicador acelerou para 0,78% em julho, de 0,60% em junho, mas veio abaixo das expectativas do mercado, de 0,89%, para o período. Os destaques de alta do IGP-M foram os itens minério de ferro, adubos ou fertilizantes e leite in natura, afirma a FGV.
Outro possível guia para as taxas futuras é o leilão do Tesouro Nacional, que testa a demanda de investidores por dívida brasileira prefixada.