Como esperado e descrito na coluna “De Olho no Mercado”, o boi gordo andou em estabilidade na última semana e, já antecipo: segue desta forma nos próximos 15 dias, pelo menos. A relativa tranquilidade do comprador que não eleva as propostas, é resultado dos “investimentos” em preços mais altos para o gado pronto há algumas semanas, o que faz com que as escalas subam mais uma vez e o próprio cenário atual, aparentemente, estar adequado a quem produz e que compra.
Apesar de aparentar uma paradeira, os negócios ocorrem e os esforços da indústria em dar manutenção nos preços do gado pronto seguem, melhor dizer, segurar os valores como estão pelo maior tempo possível. Para entendermos os motivos que dão margens para o setor fabril conseguir, por enquanto, atingir seu objetivo, é só ver as escalas das indústrias. A média nacional se encontra entre 10 e 11 dias de trabalho garantido. Em São Paulo, por exemplo, os números alcançam entre 14 e 15 dias.
As escalas estão frouxas?
Não diria isso. É preciso compreender que os números mais folgados na escala foram “conquistados” com propostas mais altas pelo pagamento de animais junto aos pecuaristas. Se considerarmos a praça de referência, São Paulo, o boi padrão com ofertas em R$ 320 por arroba, boi China em R$ 330.
Houve proposta abaixo da referência?
Sim. Principalmente em São Paulo, de maneira isolada e exatamente sobre os valores do boi China. É simples a explicação: a indústria, com 15 dias de trabalho garantidos, ganhou fôlego para testar o mercado, mas não tiveram, neste primeiro momento, muito sucesso. Antecipo que este teste não ocorreu em Mato Grosso do Sul ou Goiás, apenas uma leve pressão no mercado paulista.
Em torno das questões práticas questionadas em torno de preços, os preços tiveram recuos muito pontuais em algumas regiões dos estados do Pará e Tocantins. Voltando para estabilidade dias depois.
Com algumas fontes consultadas, pecuaristas de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, a comercialização seguiu um planejamento tranquilo. Houve, de fato, uma comercialização maior de gado pronto para entrega até a segunda quinzena de julho, com preços interessantes. O objetivo foi vender bem e entregar e aliviar o peso na pastagem. Nestes dois estados (São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Paraná também) o clima segue muito seco, sem precipitações chuvosas, mas as expectativas melhoraram.
Para a semana, a expectativa é de estabilidade, mas são possíveis propostas mais baixas com o comprador testando a resistência do pecuarista brasileiro. Por outro lado, e falando de chuva (alguém falou de chuva?) de acordo com o mapa climatológico a massa de ar seco perde força e a chuva pode romper a barreira e sair do Rio Grande do Sul atingindo Paraná, São Paulo e parte de Mato Grosso do Sul. Vamos ver...se confirmar, será bom para todo mundo.