A atividade de veículos automotores, que era a segunda mais relevante para o comércio em termos de receita em 2010, despencou para a quinta posição entre os 22 segmentos do setor em 2019. O retrato da perda de espaço do segmento de veículos, peças e motocicletas está na Pesquisa Anual do Comércio (PAC) 2019, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O setor, que já tinha sofrido com a crise financeira internacional de 2008, perdeu ainda mais espaço depois da recessão de 2015 e 2016. Para além da conjuntura econômica brasileira, ainda há impacto das mudanças nos hábitos da sociedade, como avanço dos aplicativos de transporte e menor interesse de jovens por veículos.
Em 2010, os veículos automotores respondiam por 11,1% da receita operacional líquida das atividades comerciais, parcela que caiu para quase a metade (6,3%) em 2019.
“O setor de veículos vem perdendo participação ao longo dos anos. O governo chegou a fazer uma política de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) por algum tempo, mas isso acabou e a atividade não está mais entre os primeiros em receita do comércio como ocorria antes”, afirma a pesquisadora do IBGE Synthia Kariny Silva de Santana.
Já a atividade de Hipermercados e supermercados ocupou a primeira posição em 2019, participando com 12,9% da receita operacional líquida, um aumento de 2,3 pontos percentuais frente a 2010.
Como um todo, as empresas comerciais registraram, em 2019, uma receita bruta de R$ 4,4 trilhões. O comércio por atacado e o comércio varejista tiveram, cada um, R$ 2 trilhões desse total, enquanto R$ 423,1 bilhões são do comércio de veículos, peças e motocicletas.