Uma revisão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), feita para adequar os novos preços das commodities, que crescem no mercado internacional, elevou a previsão da inflação deste ano em 0,1%, passando de 6,5% para 6,6%. A análise foi feita pelo IPCA, já a previsão do INPC foi mantida em 6,3%.
O documento divulgado nesta quarta-feira (29) diz que o conflito no leste europeu vem “refletindo os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia sobre a produção e comercialização de petróleo, gás e cereais, além do persistente descasamento entre a oferta e a demanda mundial de insumos industriais”.
A revisão também considerou os danos em lavouras temporárias, eventos climáticos no início de 2022, além da retomada do setor de serviços, no pós-pandemia de covid-19. Com essa pressão, a inflação brasileira, medida pelo IPCA, já chega a 4,8% entre janeiro e maio deste ano e, nos últimos 12 meses, acumula alta de 11,7%.
O documento informa que além de uma revisão maior dos alimentos no domicílio e dos bens livres, cujas previsões avançaram 3,2% e 3,7% (de 9,1% e 5,4% para 12,3% e 9,1%), respectivamente, a inflação estimada para os serviços livres também subiu, passando de 5,5% para 6,8%. No sentido contrário, a inflação estimada para os preços monitorados caiu de 6,9% para 1,1%.
Previsões para 2023
Em relação às expectativas para o próximo ano, tanto o IPCA como o INPC foram revistos para cima, com a alta projetada passando de 3,6% para 4,7%, em ambos os indicadores. Segundo os pesquisadores do Ipea, essa revisão “está associada aos possíveis repasses originados da maior inflação dos preços livres este ano e à expectativa de um comportamento menos favorável dos preços monitorados no próximo ano”.
Da Redação, com Agência Brasil