Começou, em Campo Grande (MS), o Seminário de Iniciativas Descarbonizantes da Agropecuária Brasileira com o objetivo de estimular as reduções voluntárias de emissões de gases de efeito estufa em cadeias e produtos agropecuários, com o uso de tecnologias sustentáveis de produção agropecuária.
Promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ele apresenta o Programa Nacional de Cadeias Agropecuárias Descarbonizantes e conta com três eixos: mitigação, sequestro de carbono e captura e estocagem de carbono.
O programa vai reconhecer os produtores rurais brasileiros pelo trabalho que já vêm realizando para garantir a sustentabilidade dos produtos. “Se essas ações já são consagradas na agropecuária brasileira, por que os produtores não podem ser remunerados por isso? Por que não podemos ter a confiança dos nossos consumidores, sabendo que aquele produto que eles veem no mercado tem todo um trabalho científico brasileiro o subsidiando?”, explica a coordenadora-geral de Produção Animal do Mapa, Marcella Teixeira.
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, participou do lançamento por videoconferência e falou que “o Brasil é uma potência agroambiental. Com programas extremamente importantes, o Brasil é peça chave neste contexto. Outro ponto é a segurança alimentar, que precisa estar acompanhada de projetos e processos que garantam a sustentabilidade. Por isso esse evento é muito importante”.
A diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação, Fabiana Villa Alves, também representou o Mapa falando sobre a Agenda de Metano na Agropecuária. Em 2021, o Brasil foi uma das nações que aderiram ao compromisso global para redução das emissões de metano durante a COP 26, em Glasgow.
Para o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação, Fernando Camargo, a agropecuária é parte da solução e não do problema das mudanças climáticas. “A agropecuária brasileira tem tecnologias e o nosso Programa ABC+: Agricultura de baixa emissão de Carbono, para mitigar gases de efeito estufa e, mais do que isso, remover carbono da atmosfera e fixar no solo”, disse.
Plano ABC+:
O Plano ABC+ é a segunda etapa do Plano ABC, que foi realizado entre 2010 e 2020, e trouxe resultados para além do previsto, mitigando cerca de 170 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente, em uma área de 52 milhões de hectares, superada em 46,5% em relação à meta estabelecida.
Comprovado cientificamente, a atuação do ABC+ foi ampliada para reduzir a emissão de carbono equivalente em 1,1 bilhão de toneladas até 2030 a partir de oito tecnologias: recuperação de pastagens degradadas, sistema de plantio direto, sistemas de integração, florestas plantadas, sistemas irrigados, bioinsumos, manejo de resíduos da produção animal e terminação intensiva.
O foco é uma abordagem integrada da paisagem das áreas produtivas, olhar a propriedade não apenas como produtora de alimentos, mas levando em consideração toda a sua paisagem ao redor de forma sistêmica com o cumprimento ao Código Florestal: a saúde do solo e a conservação de água e de toda a biodiversidade.
Assim, a abordagem integrada ainda possibilita a valorização econômica dos serviços ambientais gerados pelos ecossistemas durante a produção agropecuária e também se presta ao equacionamento do ambiente rural, especialmente em relação ao ordenamento do território.
Da Redação, com o Mapa