13/05/2022 às 09h16min - Atualizada em 13/05/2022 às 09h15min

Com problemas de logística e de câmbio, China continuará grande importadora de carne bovina

Executivos da JBS afirmaram que as restrições chinesas não vão interferir nas exportações de carne bovina em teleconferência realizada nesta quarta-feira (11). Eles falaram da nova onda de lockdown em grandes centros consumidores, dos problemas logísticos que eles acarretam e das suspensões temporárias que a China vem impondo a algumas plantas brasileiras, incluindo fábricas da própria empresa. As informações são do site CarneTec.

O presidente das operações da JBS na América do Sul, Wesley Batista Filho, disse que “a demanda continua bastante forte. Fora a questão logística, não vemos uma queda no interesse, com exceção do suíno.”.

Mesmo com resultado positivo no primeiro trimestre do ano, que foi divulgado ao mercado na quarta-feira, a Seara, uma das marcas do grupo, teve resultado negativo ao desacelerar as exportações de carne suína, com impactos na rentabilidade das receitas do mercado externo.

Após a devastação causada nos rebanhos suínos chineses depois de consecutivos anos de peste suína, o país asiático vem recompondo o seu potencial produtivo. A redução da produção chinesa foi imensa e o país consome mais carne suína do que bovina.

Os Estados Unidos enfrentam problemas de logística e aduaneiros e a produção de carne bovina para a China tem enfrentado demora, disse o presidente da JBS para a América do Norte, André Nogueira. Mas ele salientou que a demanda chinesa continua “fortíssima”.

Nogueira acredita que a situação vai melhorar nas próximas semanas. “Do ponto de vista de logística, é a lentidão dos portos em geral que está nos fazendo trabalhar com um nível de estoque muito maior do que a gente gostaria.”. André disse, no entanto, que a situação vem melhorando nas últimas semanas.

Neste primeiro trimestre de 2022, em comparação ao mesmo período do ano passado, as exportações da JBS na América do Norte aumentaram em 6% no volume, apesar da logística complicada.

Em um comunicado, a IJB afirma que “o mercado asiático continua sendo o mais importante para as exportações de carne bovina americana, notadamente a China, que no período aumentou o volume de importações em quase 62%, seguida de Coreia do Sul (+8,2%) e Japão (-7,4%).”.

Presidente global da JBS, Tomazini prevê que a China vai continuar uma grande importadora. O consumo per capta é muito baixo e a perspectiva é que ele continue crescendo com o aumento do poder de compra dos chineses.

As carnes suínas e de frango continuarão sendo importadas pelo país asiático. Principalmente os cortes que os consumidores locais mais admiram.

Tomazini alerta, no entanto, que “a gente não pode pensar na China como um grande importador de aves e suínos. Você pode ter uma questão situacional em que ela vai importar mais produtos, mas não estruturalmente.”. Antes da peste suína eliminar quase todo o rebanho, por exemplo, a China era a maior produtora dessa proteína do mundo.

 

Da Redação

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