A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou durante a 2ª Reunião de Monitoramento do Abastecimento do Etanol que a safra 2022/2023 de cana-de-açúcar será 1,9% maior e deve chegar a 596,1 milhões de toneladas.
Mesmo com o aumento da safra, a Conab informa que a área plantada diminuiu 1,3%, com 8,2 milhões de hectares. Um dos motivos, segundo os técnicos, é que houve uma forte concorrência com outras culturas. A empresa espera uma produtividade de 3,2%. O clima favorável é a explicação.
O levantamento de campo também avaliou a produção de açúcar e etanol, sistemas de colheita, área de mudas e parque de colhedoras. A produção de etanol à base de milho também é uma novidade, mas que apresenta uma produção relevante e crescente.
Guilherme Ribeiro, presidente da Conab, disse que “diferente de outros trabalhos de campo, a safra de cana-de-açúcar é feita por meio de censo, ou seja, são coletadas as informações em todas as unidades produtoras do Brasil, fazendo com que os dados deste boletim sejam fiéis às intenções industriais do setor sucroenergético.”
Diz ainda que “essas informações têm como objetivo não só trazer a público os dados consolidados do agro brasileiro, mas também de orientar os setores envolvidos para tomada de decisão”, completa.
A notícia é muito boa, levando-se em conta que em boletim sobre a safra 2021/2022, realizada na semana passada, apontou redução no volume. “A safra que se iniciou neste mês de abril só será encerrada em março de 2023, por isso o levantamento aponta para uma estimativa de produção”, segundo o diretor de Agropecuária e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.
“Além dos canaviais estarem a céu aberto, sujeitos às intempéries climáticas, o mercado é dinâmico e pode mudar inesperadamente. Caso a previsão se mantenha, o Brasil deve continuar na posição de maior produtor de açúcar do mundo nesta safra, lidando simultaneamente com o desafio de produzir mais biocombustível.”
Açúcar e etanol
São muitos contratos celebrados, boas margens de lucro e melhor qualidade da matéria-prima e uma produção de açúcar esperada de 40,2 milhões de toneladas na safra. Um crescimento de 14,9% sobre a safra anterior.
Com esse cenário, a direção da Companhia tem a expectativa de recuperar parte do mercado internacional que foi reduzido na última safra. A produção total de etanol, proveniente da cana-de-açúcar e do milho, deverá ser de 28,66 bilhões de litros. Um crescimento de 5,3% em relação.
A empresa anunciou que a redução do etanol anidro (11,1%) e o hidratado (4%) da atual anterior motiva a produção do biocombustível do milho. “No caso do etanol total de milho, com uma entrada forte das usinas mato-grossenses, a expectativa é de elevação de 10,7% na produção, chegando a 3,84 bilhões de litros”, ressalta o gerente de Acompanhamento de Safras da estatal, Rafael Fogaça.
Para ele, “com esse volume, o etanol proveniente do cereal aumentará sua participação no mercado de biocombustível para 13,4%”.
Mercado
A produção de cana-de-açúcar na safra passada influenciou a restrição da oferta de açúcar e etanol para exportação. Já para a safra 2022/23, a estimativa de recuperação da produção de açúcar contribui para a perspectiva de crescimento das exportações do produto nesta temporada.
Já o etanol, o cenário de maior controle da pandemia de COVID-19 favorece o aquecimento da demanda interna, fator que pode limitar as exportações e incentivar a importação do biocombustível.
“Outro fator que pode impactar no aumento da compra internacional de etanol é que o Governo Federal zerou a alíquota de importação deste produto até o final deste ano”, lembra o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta, Allan Silveira.
Da redação, com Conab.