São Paulo, 12 - Após dois anos, a Anufood Brazil, feira internacional de alimentos e bebidas, retoma hoje a edição presencial na capital paulista com apelo à tecnologia e tendências de consumo. As duas principais novidades do evento são pavilhões próprios para startups do setor apresentarem suas tecnologias e um espaço específico para alimentos orgânicos. Ambos espaços foram demandas dos visitantes e expositores, contou o diretor geral da Koelnmesse Brasil, organizadora da feira, Beni Piatetzky, ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. "O setor deu um salto muito grande em novas tecnologias durante a pandemia, acompanhando a aceleração e as tendências mundiais. Percebemos enorme apetite dos compradores por novas tecnologias", afirmou Piatetzky. Outra tendência explorada pelo setor no evento é a alimentação à base de proteínas vegetais, chamado de plant based. A regionalização do consumo também é evidenciada no evento, especialmente no espaço internacional, com grande participação de players da América do Sul. A terceira edição da feira, que iniciou nesta terça-feira em São Paulo, se estende até quinta-feira. O evento conta com mais de 300 expositores, 900 marcas expostas e espera receber 12 mil visitantes. Em geração de negócios, a perspectiva é superar os US$ 27 milhões movimentados na última edição, de 2020. "A expectativa é de resultado muito maior que em 2020 a começar pelas rodadas de negócios com compradores que serão três ante uma em 2020 ", disse Piatetzky. <b> Agro</b> O agronegócio brasileiro também está presente na Anufood. De startups a indústrias tradicionais do setor, empresas do agro apresentam produtos e tecnologias alinhados às grandes tendências de consumo mundiais - ainda de nicho - : locais, familiares, orgânicos e tecnológicos. "O agricultor familiar está cada vez mais atento aos nichos de mercado - movimento que começou com os produtos orgânicos, depois vegetarianos - e está conseguindo acompanhar essas exigências dos consumidores. Essa tendência de consumo mais local beneficia muito a agricultura familiar", disse o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Marcio Candido, ao Broadcast Agro, ao visitar a feira. Também na feira, a Embrapa apresentou tecnologias desde ressonância magnética para análise de alimentos, frutas sem sementes, hortaliças orgânicas a proteína à base de fibra de caju de empresas parceiras. "O agro veio mostrar que produz de forma competitiva, sustentável e fornece para uma indústria que é uma potência no Brasil e no mundo. A agricultura brasileira é movida à ciência, o que dá mais competitividade e sustentabilidade para produção de matérias-primas à indústria de alimentos", afirmou à reportagem o presidente da Embrapa, Celso Moretti. Citando um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Moretti acrescentou que, se não fosse o uso de tecnologia na agricultura, o preço atual da cesta básica de alimentos seria 40% maior. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil levou à feira empresas participantes do projeto AgroBR da- projeto de internacionalização para pequenos e médios produtores rurais brasileiros e pequenas agroindústrias. "O objetivo é fazer o produtor caminhar ao mercado internacional com agregação de valor ao produto", comentou o coordenador do Agro.Br, Rodrigo da Matta.