O dólar tem sessão volátil em meio a cautela externa e questões domésticas, no momento em que a perspectiva de uma Selic mais alta dá apoio à continuidade valorização do real. Neste início de tarde, o dólar sobe 0,006% no mercado à vista, negociado a R$ 5,1770, após ter subido a R$ 5,2055 na máxima do dia e recuado a R$ 5,1494, na mínima.
Os agentes aguardam a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), que será divulgada amanhã e que pode ter impacto relevante nos mercados globais de câmbio.
Os economistas do Citi apontam, em relatório enviado a clientes, que o dólar está em torno de R$ 5,20 diante de impactos ainda limitados da recente mudança na postura do Fed. Para eles, contudo, a normalização da política monetária dos Estados Unidos deve levar a um fortalecimento do DXY. Além disso, os profissionais apostam que os ruídos fiscais internos devem voltar durante as discussões do Orçamento de 2022 e podem afetar negativamente o desempenho do real.
O Citi projeta que o dólar terminará o ano em R$ 5,32. Para os economistas, os preços das commodities ainda elevados e a fraqueza do real “sustentam um robusto superávit comercial em 2021 (US$ 63 bilhões), que deve apoiar o primeiro superávit anual em conta corrente desde 2006”. Hoje, os números revelados nos dados de transações correntes vieram abaixo do consenso do mercado, mas o impacto no mercado de câmbio foi mínimo.
Apesar disso, o chefe de pesquisa econômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, observa em relatório que a dinâmica da conta corrente no curto prazo permanece favorável no curto prazo diante da demanda sólida de exportação e da melhora dos termos de troca. O economista, porém, enfatiza que “um ajuste fiscal profundo, que elevaria a poupança do setor público, continua crítico para facilitar um ajuste estrutural permanente em conta corrente (em vez de apenas um ajuste cíclico impulsionado pela fraca demanda interna abaixo do potencial)”.