Os frigoríficos endurecem as negociações e tentam derrubar a cotação da arroba do boi, afirma Douglas Coelho, da Radar Investimentos, em entrevista ao site Notícias Agrícolas. Os motivos são a rápida desvalorização do dólar frente ao real, a grande oferta de animais no mercado e o alongamento das escalas de abate.
Ele afirma que o dólar perdeu em dois meses o que ganhou em dois anos. Os preços da arroba, que estavam num patamar de R$ 345,00 – até R$ 350,00, hoje é comercializada em R$ 325,00 – R$ 330,00 na praça paulista e acredita que ela ainda pode perder entre R$ 2,00 e R$ 3,00, podendo cair para R$ 298,00. Mas crê, também, que deve ficar no patamar de R$ 330,00.
Para os pecuaristas que se preveniram, o impacto não será tão grande. Douglas diz ainda que quem cria gado a pasto também não vai sentir muito, ele pode segurar os animais. O problema será para os confinadores, que precisam colocar o produto à venda após arcar com altos custos com insumos como milho e farelo de soja.
O que pode alterar essas previsões são situações que não estão previstas, como grandes mudanças climáticas, que afetam pastos e lavouras. Junho é um mês onde podem acontecer variações. A guerra na Ucrânia, fertilizantes e componentes energéticos mais caros também podem influir.
Na Bolsa de Valores, no Mercado Futuro, a arroba foi comercializada nesta quarta-feira para contratos até o final de abril, a R$ 331,00, mas que para maio os negócios estão na casa dos R$ 311,00. Uma diferença de R$ 10,00 a arroba em apenas um mês.
Da Redação