Os custos de produção já acumulam altas neste ano segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Para aves, elas chegam a 8,84%, para suínos, 9,13%.
Entidades do setor e especialistas, mostram que o aumento se deve à alta de milho e soja, por exemplo, que são a base da alimentação dos animais e constituem aproximadamente 70% dos gastos desta produção.
Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), diz que, além da guerra no leste europeu, a falta de chuvas no sul do país impactou negativamente na safra de verão, diminuindo as commodities no mercado interno.
“Todo esse aumento já chegou no produtor, principalmente no independente. O criador autônomo já está em muita dificuldade, em perigo mesmo. Com o conflito no leste europeu, os custos com exportação também aumentaram, por conta do impacto na cadeia logística de alta no preço do barril de petróleo.”, afirma Santin
Ricardo aponta que os gastos com embalagem também impactam o setor. De acordo com ele, as embalagens de polímero e papelão subiram cerca de 83% e 68%, respectivamente.
Apesar dos altos custos, a carne suína tem dificuldades para repassar ou diluir os custos.
Allan Maia, especialista da Safras & Mercado, explica que a carne suína está com alta oferta no mercado interno, o que impede o repasse de preços.
“A crise na suinocultura neste ano está muito forte, com risco de bastante quebra. No fim de 2018, o rebanho suíno da China quebrou por causa da peste suína africana e houve muito investimento em outros mercados, incluindo o Brasil. Acontece que em 2019 e 2020, as exportações continuaram acontecendo e os investimentos na produção também. Então, a maturação do ciclo do suíno está chegando agora, no momento em que a China reduziu a demanda por essa proteína.” Diz Maia.
A Associação Brasileira de Criadores Suínos (ABCS), diz que desde o início de 2021 o suinocultor tem prejuízos em suas atividades e a situação se agravou neste ano, chegando a uma estimativa de R$3,00 por quilograma vivo perdido.
A ABCS mostra também, que nos primeiros dois meses deste ano, o preço de venda caiu em 26% enquanto o custo subiu em 76%, quando comparados com o mesmo período do ano anterior.
Da Redação com informações da CNN Brasil