09/03/2022 às 09h13min - Atualizada em 09/03/2022 às 14h18min

Reservas de potássio em minas brasileiras podem abastecer o agronegócio até 2100

Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais revela que o Brasil tem reservas de potássio que podem garantir nossa produção agrícola e o abastecimento até 2100, de acordo com a CNN Brasil.

A preocupação com a matéria prima para fertilizantes vem desde o primeiro momento da crise entre a Rússia e a Ucrânia. O Brasil importa 86% de todo fertilizante usado no agronegócio e 23% vêm da Rússia.

Somados os fertilizantes vindos da Rússia e da Belarus, outro grande exportador, a Embrapa afirma que o país importa 50% apenas desses dois países.

O professor Raoni Rajão, responsável pelo departamento de Engenharia de Produção da UFMG, afirma que dois terços das reservas estão nos estados de Sergipe, São Paulo e Minas Gerais.

Das jazidas concentradas na região Amazônica, apenas 11% estão em terras indígenas e não foram homologadas para exploração. Os números utilizados pela pesquisa foram fornecidos pela base de dados do Ministério das Minas e Energia.

A pesquisa é divulgada no mesmo momento em que o governo federal insiste em autorizar a exploração mineral em terras indígenas, após dois anos que o tema não era debatido pelo governo federal ou pelo Congresso Nacional.

Na última terça-feira (8) uma reunião na casa do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, tentou acelerar a votação do projeto aproveitando toda a propaganda que o assunto levantou por causa da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Na última segunda-feira, em entrevista à Rádio de Roraima, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o projeto e voltou a criticar a demarcação das terras indígenas.

Ele declarou que “temos projeto desde 2020 que permite explorarmos essas terras indígenas, de acordo com o interesse do ministério, se eles concordarem, podemos explorar minérios, fazer hidrelétricas. O que o fazendeiro faz na tua terra, o indígena pode fazer do lado”.

O professor Raoni Rajão discorda: “A afirmação que é necessário mudar a legislação não corrobora”, declarou à CNN.

Everaldo Zonta, professor do departamento de Solos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) ,disse que o potássio nas terras indígenas precisa de uso intensivo de tecnologia.

“É um potássio que não vai ser conseguido tão cedo, não por problemas ambientais, mas é um potássio em forma de salmoura, profundo. Nós não temos tecnologia ainda”, declarou.

Da Redação, com CNN


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