Na época de colheita de soja, aumenta a oferta do resíduo de limpeza de soja, um subproduto com teor médio de 16-28% de proteína bruta e a casca de soja, que consiste na película que envolve o grão da soja. Tem alto valor de fibra (FDN = 69,2 %), de excelente digestibilidade, tornando-a capaz de substituir grãos como milho e sorgo em rações para ruminantes, alimento energético (NDT = 78%) (Embrapa, CT 31). Prefira sempre a casca peletizada para economizar no frete e facilitar o operacional.
O aumento da área de soja pode proporcionar, nessa época do ano, oferta de resíduo da pré-limpeza dos grãos, que pode representar 2% da soja colhida. Esse resíduo é composto de grãos pequenos ou quebrados, vagem, hastes e folhas com composição bromatológica variável, porém com 16-28% de proteína bruta e digestibilidade de 60 a 72% dependendo da composição. Esse produto destina-se mais a dietas de animais de menor produtividade e desempenho, mas apresenta custo bem interessantes e é uma alternativa a ser usada.
A casca de soja, porém é um produto de melhor valor nutricional e com o Brasil tendo previsão de colher produção de 125,47 milhões de toneladas de soja, mesmo com as intempéries que assolaram algumas regiões produtoras, teremos boa oferta desse subproduto. Parte dessa soja é exportada em grãos e parte é esmagada internamente. Para àquela usada internamente, em 2018 foram destinadas 43 M de toneladas, que tem a casca de soja, como subproduto, película que envolve o grão da soja e para cada tonelada de grão esmagado temos 50 kg de casca de soja disponível que pode ser usada na alimentação de bovinos.
A casca de soja já é um produto mais nobre e pode substituir grãos de milho e sorgo sem prejuízo de desempenho animal. É um alimento rico em fibra, porém de bom valor energético. Trabalhos mostram que a casca de soja pode substituir o milho em dietas sem diminuir os rendimentos (Quadro 1).
A casca de soja contém entre 60 e 66% de FDN, conferindo-lhe alta digestibilidade. O teor de amido é baixo, entre 0 e 9,4% (média de 3,6%), e os teores médios de pectina têm se situado em torno de 12,8% da MS e quando usada em dietas reduz problema de acidose e laminite, pois diminui os teores de amido da ração, tornando-a mais segura.
Geralmente a casca da soja é submetida ao processo peletização visando reduzir o custo de transporte, armazenamento e facilitar operacionalização, pois este produto apresenta uma baixa densidade de massa (170 Kg/m3) quando in natura, portanto sempre que possível, prefira a casca peletizada.
No período de colheita da soja aumenta a oferta de casca de soja peletizada tornando esse alimento uma alternativa viável para substituição de grãos na dieta.