03/03/2022 às 06h39min - Atualizada em 03/03/2022 às 10h02min

Setor de carnes atenua riscos para exportar com programas de sustentabilidade

Relatório da Fitch Ratings divulgado no começo desta semana aponta que as empresas brasileiras estão conseguindo mitigar os riscos avaliados e relacionados ao impacto nas cadeias produtivas da carne bovina em função do desmatamento e na emissão de gases do efeito estufa na produção pecuária com a diversificação e programas de sustentabilidade. A informação é do site CarneTec, especializado em proteína animal.

O relatório informa que “as implicações ambientais do desmatamento e das emissões de gases causadores do efeito estufa expõem o setor de proteínas da América Latina a riscos regulatórios e reputacionais”.

Para a Consultoria, “apesar de essa exposição poder ter efeito negativo nas exportações e no acesso aos mercados de capitais, programas de sustentabilidade para reduzir as emissões de gases do efeito estufa reduzem os riscos para o rating (avaliações das companhias) ao limitarem os potenciais efeitos na receita e no fluxo de caixa.”

No final do ano passado, após a constatação de que o desmatamento no Brasil havia aumentado, feita por institutos de controle, redes do varejo europeias anunciaram que não comprariam e nem venderiam carne brasileira como resultado de suas preocupações com a Amazônia. No entanto, diz a Fitch, esse mercado não chega a 10% das exportações brasileiras do produto.

O país é signatário do acordo subscrito por mais de cem países que se comprometeram a pôr fim ao desmatamento até 2030 durante a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) na COP26 realizada em Glasgow, Escócia, no ano passado.

A Fitch diz que “o efeito (desse compromisso) na oferta de gado, preços, exportações e margens ainda é incerto, mas é neutro para os ratings (ratificações) no curto prazo diante do tempo que levará para implementá-lo”.

Uma das estratégias das grandes indústrias produtoras brasileiras, e que está funcionando, é a diversificação geográfica e de negócios. Essa estratégia contribui para diminuir os riscos financeiros ou relacionados às exigências do mercado externo, em relação à sustentabilidade, registra a agência.

Entre elas, as gigantes JBS, Marfrig Global Foods e Minerva Foods que expandiram a produção de carne para outras regiões do mundo, além da América Latina, e participando desses novos mercados com por meio de aquisições. Ao mesmo tempo, elas implantaram programas de sustentabilidade com metas de redução de emissões de gases que provocam o efeito estufa.

Ainda assim, é necessário o gerenciamento desses programas, uma vez que o setor continua sob fiscalização (de) investidores, grupos ambientalistas e instituições financeiras.

O IDB Invest, um braço do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), interrompeu as negociações com a Marfrig para liberação de financiamento de US$ 200 milhões. A empresa brasileira afirma em nota que a suspensão do processo se deu por desacordo entre as partes sobre as condições financeiras.

 

Da Redação

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