Relatório da Fitch Ratings divulgado no começo desta semana aponta que as empresas brasileiras estão conseguindo mitigar os riscos avaliados e relacionados ao impacto nas cadeias produtivas da carne bovina em função do desmatamento e na emissão de gases do efeito estufa na produção pecuária com a diversificação e programas de sustentabilidade. A informação é do site CarneTec, especializado em proteína animal.
O relatório informa que “as implicações ambientais do desmatamento e das emissões de gases causadores do efeito estufa expõem o setor de proteínas da América Latina a riscos regulatórios e reputacionais”.
Para a Consultoria, “apesar de essa exposição poder ter efeito negativo nas exportações e no acesso aos mercados de capitais, programas de sustentabilidade para reduzir as emissões de gases do efeito estufa reduzem os riscos para o rating (avaliações das companhias) ao limitarem os potenciais efeitos na receita e no fluxo de caixa.”
No final do ano passado, após a constatação de que o desmatamento no Brasil havia aumentado, feita por institutos de controle, redes do varejo europeias anunciaram que não comprariam e nem venderiam carne brasileira como resultado de suas preocupações com a Amazônia. No entanto, diz a Fitch, esse mercado não chega a 10% das exportações brasileiras do produto.
O país é signatário do acordo subscrito por mais de cem países que se comprometeram a pôr fim ao desmatamento até 2030 durante a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) na COP26 realizada em Glasgow, Escócia, no ano passado.
A Fitch diz que “o efeito (desse compromisso) na oferta de gado, preços, exportações e margens ainda é incerto, mas é neutro para os ratings (ratificações) no curto prazo diante do tempo que levará para implementá-lo”.
Uma das estratégias das grandes indústrias produtoras brasileiras, e que está funcionando, é a diversificação geográfica e de negócios. Essa estratégia contribui para diminuir os riscos financeiros ou relacionados às exigências do mercado externo, em relação à sustentabilidade, registra a agência.
Entre elas, as gigantes JBS, Marfrig Global Foods e Minerva Foods que expandiram a produção de carne para outras regiões do mundo, além da América Latina, e participando desses novos mercados com por meio de aquisições. Ao mesmo tempo, elas implantaram programas de sustentabilidade com metas de redução de emissões de gases que provocam o efeito estufa.
Ainda assim, é necessário o gerenciamento desses programas, uma vez que o setor continua sob fiscalização (de) investidores, grupos ambientalistas e instituições financeiras.
O IDB Invest, um braço do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), interrompeu as negociações com a Marfrig para liberação de financiamento de US$ 200 milhões. A empresa brasileira afirma em nota que a suspensão do processo se deu por desacordo entre as partes sobre as condições financeiras.
Da Redação