25/02/2022 às 11h12min - Atualizada em 25/02/2022 às 11h12min

Monitoramento garante gestão inteligente

Considerado como uma ferramenta de apoio à sustentabilidade pecuária quando o assunto é gestão de rebanhos, o sistema de monitoramento, feito com os colares ou brincos, resulta na eficiência dos processos dentro da fazenda, bem como no melhor aproveitamento dos dados gerados pelos animais.

Tais benefícios podem ser colhidos a partir das informações obtidas em tempo real pelos dispositivos que ajudam a identificar que uma vaca está em cio ou em anestro ou mesmo se precisa de atenção por algum problema de saúde.

Outras informações também podem ser visualizadas nos manejos da rotina, tais como, se as ordenhas estão ocorrendo nos horários corretos, se não está faltando alimento no cocho dos animais e se o sistema de resfriamento da fazenda está sendo eficiente.

“Ao ter essas informações, que chegam de forma simples para o produtor e seus funcionários, a fazenda consegue ser mais rentável e eficiente em seus manejos, por poder emprenhar os animais mais rapidamente e por descartar menos leite de vacas com problema”, explica a médica-veterinária e coordenadora de Território da MSD Saúde Animal Intelligence, Anna Luiza Belli.

De acordo com a especialista, a melhoria na produtividade dos animais de uma fazenda depende de vários fatores, como nutrição, conforto térmico e reprodução. “Quando utilizado da forma correta, o monitoramento poderá contribuir para o aumento da produtividade ao possibilitar que o animal retorne mais rápido ao seu momento mais rentável dentro do sistema de produção, o terço inicial da lactação”, informa.

Conforme explica, a volta mais rápida ao parto e a uma nova lactação ocorre porque a tecnologia consegue informar quais animais estão em cio de retorno antes do diagnóstico reprodutivo ou do início de um novo protocolo, por exemplo.

Com isso, segundo ela, o produtor consegue trabalhar a reprodução da vaca com mais agilidade e reduzir o tempo em que ela gastaria para emprenhar após o parto. “Se uma fazenda consegue reduzir em pelo menos 10 dias o intervalo médio entre partos, com o uso da tecnologia, o aumento de pelo menos 1 litro de leite na média do rebanho poderia ser esperado”, exemplifica.

A médica veterinária explica que a adoção de tecnologia depende do tamanho do projeto e do número de dispositivos utilizados. “Uma fazenda com 200 vacas em lactação, por exemplo, não precisa começar colocando dispositivos em todos os animais, pode focar nas categorias que são mais desafiadoras para o sistema, como vacas em período de transição e em reprodução”, ensina.

Dessa forma, segundo ela, o produtor consegue fazer um rodízio dos dispositivos entre os animais e otimizar o uso da ferramenta. “Na maioria dos casos, o custo diário de um dispositivo será menor que o valor recebido pelo produtor com a venda de 0,5 litro de leite”, compara.

A especialista informa que o retorno financeiro pode ter origem em diferentes frentes, já que a tecnologia é capaz de gerar informações em muitos setores da atividade. “Os mais imediatos são os efeitos sobre a reprodução, com o maior aproveitamento de cios naturais e a consequente redução do volume de protocolos hormonais, o que significa retorno mais rápido do animal ao parto e aumento do rebanho no longo prazo”, argumenta.

De acordo com Anna Luiza, na maior parte das fazendas, retorno total do investimento ocorre entre um ano e meio e dois anos, apenas considerando os aspectos reprodutivos. “Durante os outros anos de uso, a ferramenta continua contribuindo para a rentabilidade do sistema”, avalia.

“Além disso, outro efeito econômico positivo do monitoramento, é o menor descarte involuntário de animais e do leite pela redução, até certo ponto, do uso de antimicrobianos, possibilitado pela identificação precoce de animais que precisam de atenção”, esclarece Anna Luiza, mencionando a otimização dos sistemas de resfriamento e do manejo da nutrição como outras formas de retorno financeiro.

A especialista destaca que a adequação às inovações é importante para os produtores serem competitivos no mercado e ter rentabilidade com as apertadas margens do setor leiteiro. “Quando se trata de monitoramento, o convencimento do produtor ocorre a partir do momento em que ele adquire conhecimento sobre a tecnologia e seus benefícios econômicos e de manejo”, aponta.

“Alguns, inclusive, acreditam que a tecnologia só se encaixa em grandes propriedades, o que não é verdade. A melhor forma de convencimento do produtor é a informação de qualidade a partir do trabalho conjunto entre as empresas e os técnicos de campo”, finaliza.

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