O governo do Reino Unido está avaliando a possibilidade de excluir a estatal China General Nuclear (CGN) de todos os futuros projetos de energia no país, segundo fontes ouvidas pelo jornal “Financial Times”.
A exclusão afetaria, por exemplo, a proposta da CGN de construir uma nova usina usando tecnologia de reator atômico própria em Essex e geram dúvidas sobre o futuro programa de energia nuclear do Reino Unido.
As discussões ocorrem depois de uma deterioração nas relações entre Londres e Pequim. O Reino Unido tem questionado a China, por exemplo, por medidas vistas como uma tentativa de minar a autonomia da ex-colônia britânica de Hong Kong.
Os dois países também divergem em questões como a repressão aos uigures e outras minorias muçulmanas em Xinjiang e sobre a resposta inicial da China à pandemia de covid-19.
A colaboração entre Reino Unido e China em energia nuclear foi acertada em 2015, em um acordo que foi endossado por David Cameron, então primeiro-ministro britânico, e pelo presidente chinês, Xi Jinping.
Esse acordo previa que a CGN se tornaria parceria de vários projetos em andamento no Reino Unido e seria a principal operadora da usina Bradwell B, que deve ser construída em Essex.
“Considerando a abordagem que vimos para a Huawei [no desenvolvimento de redes 5G], [o Reino Unido] não vai deixar que uma empresa chinesa construa uma nova usina nuclear”, disse uma das fontes ouvidas pelo jornal.