Estudo da Universidade da Bahia relaciona aplicação de agrotóxico sem obediência às regras de proteção e mortes por insuficiência renal. Segundo o trabalho, o Brasil registrou mais de 770 mil mortes por insuficiência renal num intervalo de 14 anos, um aumento de 300% entre 2006 e 2019. A doença é caracterizada quando os rins param de exercer sua função de filtrar o sangue.
A relação entre o trabalho e as mortes faz parte do estudo. Os profissionais da agropecuária foram os mais afetados por complicações renais, quase três vezes mais se comparado a outras categorias. Alguns fatores contribuíram para esse aumento, como explica Cleber Cremonese, professor do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA. Segundo ele, a exposição ao uso de agrotóxicos está associada a maiores problemas renais.
Os pesquisadores utilizaram dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, com os registros de óbitos por insuficiência renal como causa básica ou associada.
Aproximadamente 50% das mortes foram causadas pelo tipo crônico da insuficiência, levando a uma lesão lenta, progressiva e irreversível dos rins.
Cerca de 45% foram casos de insuficiência renal aguda, quando se perde a função renal rapidamente e de maneira súbita. E os outros 5% das mortes foram declarados como insuficiência renal não especificada nos registros apurados.
Da Redação, com Rádio Nacional.